Prezado Leitor /////Em condições normais eu não sou dado a escrever prefácios, a menos que como algo alegórico; e assim mesmo, para não fugir ao brasilianismo, ou seja, com o mesmo fito com que um presidente de escola de samba prepara sua Comissão de Frente. /////Ao me apossar de um livro cujo prefácio não foi escrito pelo autor, via de regra, confesso, não o leio. Falha minha. Aliás, às vezes leio, mas nunca sob a forma de aperitivo ou de antepasto. Conseqüentemente, pelo menos para mim, a finalidade do prefácio vai por água abaixo. /////Quando o prefácio é escrito pelo autor, conquanto interessante, quase sempre traduz obviedades mescladas com uma certa dose de mistério que somente será decifrado no decorrer do texto. Em geral não exerce a função de preparar o leitor para a compreensão do livro, posto que o autor está ciente do costume adotado por uma infinidade de leitores de deixar o prefácio de lado, entrando de sola no capítulo primeiro. Desta forma procura transferir esta função para uma introdução sábia e ardilosamente denotada por capítulo 1. /////Em se tratando de livro didático, o prefácio presta-se a uma função secundária: a de orientar o professor que o adota. Não é o nosso caso. Propicia ainda um espaço utilizado pelo autor para exprimir agradecimentos. Nada que não possa ser anexado à parte. Mas já que estamos aqui, lá vai: Agradeço sinceramente:
/////Dirá então você: Qual a finalidade deste prefácio? A verdade, caro leitor, é que por estar escrevendo uma teoria fui obrigado a adotar uma postura rígida, o que me incomodou profundamente. Aproveitei-me então deste espaço para relaxar e retornar ao estilo que me deixa mais à vontade. E para que você não se sinta chateado com o tempo perdido ao lê-lo, penitencio-me elaborando a seguinte mensagem: /////Ao escrever este livro espero ter colaborado para que possamos, um dia, retornar aos tempos em que a física era uma ciência inteligível. Em busca deste ideal Schrödinger, De Broglie, Dirac, Einstein e tantos outros nos deram suas vidas. Saibamos então utilizar a trilha legada pelos velhos mestres. A.M.F. * * * * *
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