Diálogos Ciencialist

 
 

Abril a Junho de 2000 eCC

   Feixe de Elétrons

 

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msg 02
De: "Alberto Mesquita Filho"
Data: 09/05/00

Luiz Ferraz Netto (Léo) escreveu:

Léo: Dentro dessa construtora troca de idéias, da qual participo 'hidden', apreciaria um parecer sobre o comportamento dos elétrons de um feixe: por que não se repelem? Os elétrons obtidos, por exemplo, pelo efeito Edson num filamento aquecido e acelerados por um campo elétrico, permanecem em trajetórias retas caminhando lado a lado. Nessa situação o efeito de suas cargas não se manifestam.O feixe não deveria divergir, espontaneamente, pelo efeito das cargas transportadas pelos elétrons?

Embora não conheça os detalhes da experiência, vou me arriscar a responder as suas dúvidas que, a meu ver, são fundamentais.

Se os dois elétrons puderem ser considerados como duas bolinhas carregadas de fluido elétrico, eu esperaria encontrar um resultado semelhante àquele observado com duas cargas elétricas macroscópicas penduradas por um barbante no teto de um trem viajando a velocidade constante. Nestas condições, os elétrons certamente se afastariam.

Estaria, então, a experiência citada, apta a demonstrar que o elétron não tem carga elétrica, como eu sugiro pela minha teoria? À primeira vista, sim restando dizer que ele deve ter alguma outra coisa, digamos, algo do "gênero" elétrico, pois em outras condições essa outra coisa se manifesta, ainda que na experiência citada tenha ficado, de alguma maneira, escondida.

Digamos então que o elétron seja uma partícula dotada de giro e que, graças a esse giro, dê origem a um campo com características elétricas em seus polos e com características magnéticas em seu equador. Digamos mais: que na experiência citada o elétron caminhe no espaço com seu eixo de giro paralelo a sua trajetória. Ora, dois elétrons lado a lado serão confrontados apenas pelo seu equador magnético. Como estão em repouso, um em relação ao outro, pela teoria de Maxwell (supondo-se que ela se aplicasse nas condições descritas, que obviamente não são maxwellianas) o campo magnético de ambos seria igual a zero. Na minha teoria o campo é diferente de zero (um elétron em repouso gera um campo magnético) porém esse campo somente agirá em elétrons em movimento em relação à fonte do campo. Como ambos estão em repouso, permanecerão em repouso pela minha teoria.

Mas aí você dirá: Como então dois condutores de correntes iguais e paralelas se atraem? (lei de Ampère). Não seria de se esperar um efeito magnético resultante nulo também para essa condição? À primeira vista, sim. Porém pergunto: O que faz um elétron se orientar num campo magnético e/ou elétrico, como por exemplo aquele utilizado para a determinação do spin quântico? Não seria algo da natureza de um torque? O campo eletromagnético, na realidade, não seria composto por três campos, e não dois?: Um elétrico, um magnético e um de torque, ou campo de "indução"? Pois numa corrente elétrica um elétron fica sujeito a um duplo torque, conforme esteja obedecendo ao campo dos elétrons da outra corrente mas que estão à sua frente (e que lhe mostram um giro num sentido) ou ao campo dos elétrons que estão atrás (e que lhe mostram um giro no sentido oposto). Os elétrons tendem a se orientar acoplando seus giros e a resultante deste duplo torque manifesta-se como uma força atrativa e aparentemente magnética em origem, ainda que os elétrons estejam, "em média", em repouso uns em relação aos outros. Bem, o caso é mais complicado mas, em linhas gerais, é assim que eu vejo uma explicação clássica, sem apelar para a relatividade moderna. Pela teoria de Maxwell clássica não relativística não haveria como explicar essa dualidade de comportamentos. Resta ver se a relatividade explica, mas não sou expert no assunto e nem vejo a necessidade de complicar o que é naturalmente simples.

Nos casos dos feixes, creio que seria também de se esperar um efeito atrativo e a aproximar os feixes, caso fossemos estudar um feixe bastante concentrado em elétrons (da ordem do estudado em correntes elétricas). Aliás, há algum tempo, parece-me que em 1993, um engenheiro da Philipps interessou-se pela minha teoria pois que seria possível, com a mesma, explicar certos efeitos observados em tubos de raios catódicos e responsáveis pelas imagens fantasmas vistas em televisão, e relacionadas a um desvio dos feixes de elétrons (ou devidas a estes efeitos ou então a um outro e relacionado ao comportamento de elétrons no que chamo campos não maxwellianos — parece-me que este último era o efeito mais importante). Porém esse engenheiro acabou sendo enviado para a Alemanha e não tive mais notícia dele.

[ ]'s
Alberto

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