frames8. Considerações finais

 

 


       Dentre as consequências resultantes da aceitação desta nova teoria eletromagnética, algumas já foram discutidas. Inúmeras outras aparecerão com o seu desenvolvimento. Não obstante, antes de concluir, irei comentar algumas coisas relativas aos campos xe b.

       Em primeiro lugar é importante que fique claro que x e b são variáveis isodimensionais e, embora exista um parentesco físico com os campos E e B da teoria de Maxwell, representam grandezas totalmente diferentes. Em particular, e como já mencionado, x e b são campos que agem sobre elétrons (prótons), enquanto os campos clássicos agem sobre populações de elétrons (prótons) que se dispõem no espaço de uma forma caprichosa e muito especial. Este capricho da natureza faz com que em locais onde x ou b são diferentes de zero, a somatória de efeitos se traduza por uma resultante nula, justificando dizer-se que E (ou B) seja igual a zero. Por exemplo, o campo eletromagnético de um solenóide produz mudanças do padrão de interferência com elétrons de uma forma "classicamente" inexplicável. Algo similar deve ocorrer no interior de um condutor eletricamente carregado e, portanto, onde E = 0 (x será dado por uma expressão obtida de forma similar à equação 4.11 para r < R). A teoria, ora apresentada, prevê, nestas condições, a trajetória a ser observada por um feixe de elétrons ao entrar neste campo, aparentemente nulo: conhecidas as condições de entrada neste campo, bem como a geometria do condutor, o elétron descreverá uma trajetória não clássica, não inercial e, não obstante, previsível sem o auxílio da lógica quântica.

       Vejamos agora alguns aspectos interessantes e relacionados ao campo de efeitos magnéticos b. Em primeiro lugar, é possível que o leitor chegue a estranhar o fato de um elétron em repouso gerar um campo de efeitos magnéticos. Esta constatação apóia-se na lógica apresentada e, por mais que se pretenda dizer o contrário, não há uma única experiência a contradizer esta expectativa teórica (obviamente, refiro-me a experiências realizadas com elétrons). O que existe, de fato, é a observação de que o efeito de um campo magnético B sobre um elétron depende da velocidade deste elétron de prova em relação a um sistema de referência conveniente. Esta dependencia surge em duas circunstâncias diferentes: 1) na caracterizaçào do campo magnético B; e 2) na equação de força de Lorentz. Em ambos os casos a dependência é linear e a velocidade considerada é a mesma. Vejamos, agora, como resolver esta aparente contradição.

       Um elétron, ao entrar num campo eletromagnético do tipo (x=0, b=constante) com uma velocidade inicial v perpendicular às linhas do campo b, adquire, com grande freqüência, um movimento helicoidal uniforme de raio R. Conseqüentemente, temos:

Equação 8a

sendo m a massa inercial do elétron.

       Igualando esta expressão para F com aquela obtida no item 6.2 (equação 6.7), temos:

Equação 8b

       Duas conclusões decorrem desta igualdade:

  1. O versor do elétron orienta-se na direção da tangente à trajetória do elétron; o responsável por esta orientação é o campo de indução t. Se pensarmos no versor v como um giro, podemos dizer que este giro orienta-se espacialmente no campo.
  2. A "constante" K2 é, na realidade, uma variável dependente da velocidade do elétron [K2 = f(vn2) = Kmevn2], onde vn é a componente de v na direção perpendicular a b (no caso considerado, vn = v), Km é a constante que correlaciona causa e efeito magnético, e e é uma constante conveniente, igual a -1 para elétrons e +1 para prótons.

       Conseqüentemente, a equação de efeitos 6.7 pode ser expressa como:

F = KeexÄv + Kmevn²b×v

onde Ke é a constante que correlaciona causa a efeitos elétricos. Esta equação corresponde à equação de Lorentz, válida para um elétron (próton).

       Por fim, faremos alguns comentários a respeito da natureza físico-matemática dos campos de efeitos. Já mencionamos o fato de que os campos x e b são não gaussianos. Se prestarmos atenção a ação e reação elétricas entre dois elétrons (representados na figura 10), notaremos que o campo x é não newtoniano, algo que também ocorre com o campo b. Em termos de força, não há como falar em igualdade entre ação e reação entre dois elétrons. É importante perceber, no entanto, que este fenômeno não contraria a mecânica newtoniana. Em condições dinâmicas, como é o caso representado na figura 10, ação e reação nem sempre se traduzem exclusivamente por forças: um elétron modifica também o campo do outro elétron e esta modificação propaga-se sob a forma de informações eletromagnéticas não estacionárias ou, utilizando a linguagem clássica, energia radiante. A esta ação também corresponde uma reação a qual, neste caso, também é assimétrica. As assimetrias (força interna resultante e emissão de energia) devem ser de tal ordem equivalentes que o efeito resultante manifeste-se pela conservação dos momentos linear e angular.

       Como mensagem final, transcreverei algo exposto no prefácio da edição original desta teoria: "Ao escrever este livro espero ter colaborado para que possamos um dia retornar aos tempos em que a física era uma ciência inteligível. Em busca deste ideal Schrödinger, De Broglie, Dirac, Einstein e tantos outros nos deram suas vidas. Saibamos então utilizar a trilha legada pelos velhos mestres."

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