Msg 4605 From: "Alberto Mesquita Filho" To: Ciencialist Date: Thu, 27 Apr 2000 21:47:26 -0300 Subject: Re: [ciencialist] Mecanismo da existencia Léo - mensagem 4571: "O interessante da coisa é que essa idéia surgiu-me de um experimento muito simples em magnetismo. Permitam-me uma breve descrição: (...) Afastando ou aproximando o ímã da superfície da água, as figuras que se formam --- interessantíssimas --- se mantêm e têm o aspecto dos aglomerados mostrados nas figuras postas no site. Vale a pena fazer isso." Também achei! Não vejo a hora do webmaster do Léo parar de cometer erros e botar os resultados do experimento "no ar". Oi, Léo, se estiver na linha não deixe de dar um alô quando tal acontecer. Afinal, não é todo o dia que entro no teu site. Léo: "Certamente não é. "Deus não joga dados." :-)" Sob esse aspecto vou repetir algo do anedotário de Bohr e que já coloquei aqui, nos primórdios da ciencialist: Nos meios acadêmicos, Bohr sempre mostrou-se totalmente contra a superstição e/ou coisas do gênero. No entanto, quando alguns de seus colegas foram visitá-lo , depararam com uma ferradura na porta de sua casa. Questionado a respeito, Bohr respondeu: Eu não acredito no poder da ferradura mas dizem que ela dá sorte até mesmo para quem não acredita. A frase de Einstein deve ser interpretada num contexto semelhante: Ela faz sentido mesmo para quem não acredita em Deus. É difícil saber o significado de Deus para Einstein. Aliás, é difícil até mesmo saber qual o verdadeiro significado da relatividade, para Einstein. Costumo dizer que ele foi o principal, se não o único, crítico de suas próprias teorias. Sempre procurou, apesar de sua humildade científica, estar um passo a frente de seus colegas, mesmo seus seguidores. Em vão tentou substituir suas teorias por algo mais consistente para a época, coisa que hoje quase ninguém mais quer tentar fazer. Ozelo: Mas do ponto de vista da existência de coincidências, acredito sem dúvidas. Quis dizer que não esperava que a 'curiosa coincidência' fosse realmente apenas uma coincidência da geometria com o comportamento de alguns aspectos da natureza, mas que essa 'curiosa coincidência' seja talvez uma contribuição valiosa para uma definição cada vez mais 'íntima' e aprimorada da realidade física que observamos hoje. :o) Digamos então que existem princípios naturais a orientarem os caprichos da natureza como, por ex., os princípios de conservação. Sem dúvida, alguma coisa está por trás da não aleatoriedade dos fatos. Não sei até que ponto essa não aleatoriedade interferiria sobre o nosso livre-arbítrio mas imagino que mesmo que exista algum princípio da incerteza consistente, ele deve surgir com a complexidade, nunca em nível elementar como aquele representado pelas partículas da física moderna ou, mesmo, da química (átomos e moléculas). Neste nível sou mecanicista e materialista, ainda que defenda a idéia da existência real do que chamo "informação do movimento da matéria", algo imaterial a corresponder ao chamado "espírito da matéria" por Newton e a participar da gênese dos campos de força, da luz, da propagação do som e da propagação do momento linear em mecânica dos fluidos (campos de velocidade). Ozelo: ...esses aglomerados não podem coexistir com a gravitação sem um momento angular adequado. Muitas partículas ocupando o menor espaço compondo um aglomerado maior do que 13 esferas realmente sugerem outros 'números mágicos', mas quando este é dotado de um certo momento angular, as partículas se comportariam como o achatamento dos pólos ou talvez como as galáxias. Entendo sua dúvida mas muitas vezes me questiono sobre o sentido de momento para uma partícula elementar. Digo isso porque nossa idéia de momento está aprisionada ao conceito de massa inercial e esta, por outro lado, está parcialmente aprisionada ao conceito de massa gravitacional. Por outro lado, creio que a gravitação não seja inata à matéria mas decorrente do movimento da matéria elementar, movimento este acompanhado da emissão de "informações" relativas à sua natureza (giro e/ou translação). Talvez resida aí o aprisionamento entre as duas massas, algo aparentemente estranho e cuja estranheza parece-me ter sido primeiramente apontada por Einstein, ao justificar seu princípio da equivalência (a base da TRG), ainda que amplamente aceita por séculos (a estranheza). Ozelo: Só podemos considerar a ausência de momento angular para um aglomerado qualquer se as partículas deste se localizarem simetricamente equidistantes da esfera central, supondo partículas idênticas infinitamente sólidas ou infinitamente densas gravitando entre si. Pois é aí que as coisas se complicam. Até que ponto esta gravitação existe neste nível e, admitindo-se que sim, que papel significativo ela jogaria em meio a outras interações tais como as eletromagnéticas e a interação forte? Neste terreno, ou procuramos por uma unificação das forças ou quase que poderíamos ignorar a gravitação, se tomarmos a trilha seguida pelos físicos modernos. Por outro lado, a partir de um certo nível, ainda bastante elementar, creio que a gravitação joga um papel fundamental, mas para isso precisaríamos entender perfeitamente o que realmente é a gravitação e o que é o eletromagnetismo. E até que ponto as demais interações não seriam artifícios relacionados a caprichos da natureza, em seu "aparente" jogo de dados. Ozelo: A saber, apenas discutimos aqui os aspectos dessas partículas com a gravitação, mas ainda não discutimos a origem desta e nem as concepções cosmológicas adequadas. Acredito serem fatores determinantes para explicar o Mecanismo da Existência e a sua suposta relação com este modelo. Falou e disse! Alguma coisa está faltando e, em meio a tantas incertezas, quem acabou triunfando foi o princípio da incerteza. Ozelo: Se esta força for definida como atrativa, a conclusão da 'forma' assumida pela menor partícula de matéria deve ser supostamente esférica. Concordo plenamente. E, se podemos simplificar, para que complicar? Realmente você está coerente ao assumir uma geometria esférica para partículas realmente elementares (se é que elas existem). Quis apenas chamar a atenção para o fato de que "se é verdade que Deus joga dados", não é impossível que ele esteja, além do princípio da incerteza, aprontando outras peripécias com a finalidade de nos confundir. Ou não? Ozelo: Ainda não o fiz, mas devo explicar melhor o caso das circunferências. Veja que o suposto crescimento da circunferência circunscrita sugere uma força que aumenta com o aumento da distância entre as circunferências encostadas. Quando fiz essas considerações, estava também considerando que a massa e o espaço pudessem ser definidos como alguma espécie de carga. A idéia é que, se massa atrair massa e espaço atrair espaço, as forças entre estas diferentes cargas seriam repulsivas. Subtraindo desta força repulsiva que diminui com a distância a força atrativa que aumenta com a mesma distância, pensei em explicar a origem da força da gravidade. Mas apenas considerei as circunferências e não as esferas, como também não considerei a possível e enorme discrepância entre as quantidades de massa e espaço observadas no Universo. Como já afirmei em msg anterior, estamos caminhando em túneis diversos, porém paralelos e não muito distanciados. Se conseguir enxergar alguma luz não deixe de me dar um alô e farei o mesmo. Pelo visto, você, como eu, também não acredita numa gravitação inata e inerente à matéria. Porém você está trabalhando em cima de um esquema que eu tenho utilizado após já ter concebido (ainda que não de maneira definitiva) o que chamo gravitação. Quando utilizo o esquema das treze bolas, na minha visão a gravitação e o eletromagnetismo já existem. Procuro então utilizar-me do esquema para decifrar a estrutura dos orbitais protônicos, neutrônicos e eletrônicos. Ozelo: Entendo, também sou mais euclidiano, mas não totalmente convicto. Isso é bom. Como já disse, o cientista é aquele que duvida para acreditar. Ozelo: Einstein não parece ter conduzido seus trabalhos sob um foco orientado pela aplicabilidade matemática? Sim e não. A meu ver Einstein era muito mais físico do que matemático, coisa rara de se encontrar hoje em dia. No entanto, suas idéias nos levam a conceitos difíceis de serem entendidos, a não ser lançando mão de analogias matemáticas. Nota-se que a sua intuição não foi dominada pela matemática. Einstein chegou a afirmar que algumas de suas idéias não podiam ser entendidas fisicamente mas apenas matematicamente. Não obstante, durante toda a sua vida tentou decifrar o que havia de realmente físico nessa matemática abstrata. Hoje aceita-se passivamente que física e matemática se confundem o que, sem dúvida alguma, é um dos maiores absurdos que estão impondo aos jovens que se dirigem aos cursos de física do país e do mundo. Ozelo: Às vezes me questiono se a nossa matemática é suficiente ou adequada para explicar o Universo e todos os seus fenômenos. Adequada, sim. Mesmo porque, onde não for sempre haverá um jeito de adequá-la às necessidades físicas. Aliás, Maxwell foi um perito em promover tais adequações. Quanto à suficiência, creio ter comentado o que penso no parágrafo anterior. Ozelo: Só se considerarmos que a camada mais externa da grande massa aglomerada no centro do Universo se solidifique proporcionando uma espécie de panela de pressão gigante. De acordo com a solidificação da massa periférica para o centro, aí proporcionando o aumento da entropia na massa central e consequentemente explodindo como se fosse uma grande bomba. Talvez não tenha entendido bem sua colocação. :o) Com efeito, não. Aliás, eu também ainda não entendi direito. Digamos que o aumento da entropia seja algo aparente e próprio ao macrocosmo mas não ao mundo das partículas elementares. Digamos que os neutrinos sejam as partículas que faltam serem levadas em consideração quando diferenciamos um processo reversível de um irreversível. Chamemo-los então por entropinos. Desta forma, uma transformação irreversível qualquer, como aquelas em que notamos a existência de atrito, por ex., seria acompanhada pela liberação de entropinos. Estes transportariam uma certa quantidade de energia não computada ao identificamos calor com trabalho (primeira lei da termodinâmica). Este fator seria o responsável pelo "aparente" aumento da entropia observado. Ora, mas estou dizendo que estes entropinos irão refazer o Universo, após se reunirem no que você chamou por "panela de pressão gigante". Então, aquela entropia que "aparentemente" desapareceu, "aparentemente" reaparecerá ao dar nova luz ao aglomerado "inicial". Ou melhor, este aglomerado sempre existiu e sempre existirá; e sempre emitirá protogaláxias a se expandirem e a se desgastarem até se transformarem novamente e totalmente em entropinos. As possíveis incompatibilidades entre essa idéia e a primeira lei da termodinâmica são discutidas no artigo Variáveis Escondidas e a Termodinâmica, de meu Web site. Ozelo: Se for o caso dos neutrinos realmente existirem e possuírem massa, consequentemente, serão matéria e devem se atrair. Neste caso, sim. Mas não sinto que seja de pirar porque há casos que algumas considerações são refutadas por outras. (risos) ;o) Mas devo dizer que não creio na existência da criação e sim somente num Universo que sempre existira e sempre existirá indefinidamente no tempo. Mas essa é exatamente a conclusão a que cheguei com o modelo apresentado. Não existe início nem fim mas apenas a alternância temporal e espacial entre o caos e a ordem. Ozelo: No Mecânica Relacional, o Assis discuti o paradoxo gravitacional no capítulo 4. Ele comenta um artigo sobre as concepções cosmológicas de Newton e segundo este Newton acreditava que o espaço era infinito em todas as direções e eterno em duração. Acreditava também que a matéria era finita e ocupava um volume finito envolto por um espaço infinito vazio de matéria. Na década de 1690 Newton haveria mudado sua concepção defendendo que a matéria seria infinita e espalhada por um espaço infinito. Nesta década Newton transformou-se em político. Preciso dizer mais alguma coisa? Ozelo: O Assis mostra no seu livro que tanto a matéria sendo finita como infinita existe uma situação paradoxal. Diz ele que existem três modos de resolver o paradoxo: Se existem três não é impossível que existam quatro, cinco ou seis... Afinal, sequer sabemos o que é gravitação, sequer sabemos o que é a luz, sequer sabemos o que é um elétron, sequer sabemos o que é um neutrino... Sabemos apenas que existem e que manifestam efeitos mensuráveis. Estamos simplesmente "brincando na praia e entretendo-nos com o encontrar, de quando em quando, um seixo mais liso ou uma concha mais bela do que o ordinário, enquanto todo o vasto oceano da verdade jaz inexplorado diante de nós." Ozelo: Conclusão? Aranha sem perna é surda. :o)) E viva a ciência lusitana. Msg 4610 From: "Alberto Mesquita Filho" To: Ciencialist Date: Fri, 28 Apr 2000 22:51:19 -0300 Subject: Re: [ciencialist] Filosofia da Ciência Alberto: Pelo visto, você, como eu, também não acredita numa gravitação inata e inerente à matéria. Pois eu não tenho a menor dúvida de que o que sei que ainda não sei, cresce, no decorrer do tempo, segundo uma função diretamente proporcional ao que não sei se um dia saberei. E o que não sei que sei, é inversamente proporcional ao meu empenho em saber o que ainda não sei e diretamente proporcional ao que sei que sei. Mas como sei que o que sei é um quase nada, fica o dito por não dito. Alberto: Quando utilizo o esquema das treze bolas, na minha visão a gravitação e o eletromagnetismo já existem Na minha teoria do "porco-espinho", não existem cargas elementares. Elétrons e prótons criam campos totalmente diferentes do campo coulombiano e portanto não poderia dizer que seriam cargas no sentido rígido do termo. Não obstante, como geram efeitos elétricos e magnéticos, vamos aceitar isso como sendo uma "carga light" no sentido de que possa responder a pergunta da maneira como foi formulada. Na minha visão o elétron não gera um campo gravitacional, ainda que, ao sofrer os efeitos de um campo gravitacional, reflete as "informações gravitacionais" como que num mecanismo de ação e reação dinâmico, ou seja, com uma certa defasagem temporal. Poderia então dizer que ele "gera" um campo refletido, quando situado num campo gravitacional, e capaz de afetar o agente primário do campo. Não obstante, dois elétrons não se atraem gravitacionalmente. Qualquer tentativa em definir uma massa gravitacional deve levar em conta esses efeitos, caso contrário obteríamos incompatibilidades conforme interpretando-se segundo um ponto de vista ou outro. Quanto ao próton ainda estou procurando na literatura por efeitos experimentais que possam dar alguma luz sob o ponto de vista da gravitação. Com os dados que disponho, ainda que pouco trabalhados (no momento o problema está na gaveta, pois surgiram coisas mais fundamentais e prioritárias, até mesmo para que possa concluir por alguma coisa a respeito) estou num impasse: 1) Ou eles também não geram campos gravitacionais, a exemplo dos elétrons; ou 2) Além dos efeitos eletromagnéticos eles geram também efeitos gravitacionais. Os nêutrons geram campos gravitacionais (e, talvez, efeitos eletromagnéticos de ordem diferente dos conhecidos em virtude de seu giro -- não é impossível que isso tenha alguma relação com o que chamamos "interação forte"). Nêutrons e prótons seriam formados por um grande número de partículas (férmions, provavelmente elétrons e, talvez, pósitrons) a oscilarem duas a duas e dispostas segundo três planos a interceptarem um eixo comum e a formarem (os planos) dois a dois um ângulo de 60 graus. Não tente utilizar as leis do eletromagnetismo clássico para obter a estabilidade porque não dará certo. Ou você utiliza a teoria do "porco-espinho" ou deixa o dito pelo não dito. Os conjuntos (partículas oscilando em cada plano) não são independentes entre si, pois possuem partículas comuns (as duas pertencentes ao eixo onde os planos se interceptam). Esses conjuntos não são, portanto, partículas elementares, não sendo possível isolá-los; e se pensarmos numa construção artificial destes conjuntos, eles seriam totalmente instáveis, a menos que encarcerados num plano, o que me parece impossível do ponto de vista prático. Cada um desses conjuntos seria o que costumo chamar por "quark clássico". Esta "partícula" (rigorosamente falando, deveria dizer "este conjunto de partículas situado em dois gomos opostos do nêutron") seria a meu ver capaz de criar um campo tal que, após o nêutron adquirir um tipo especial de giro, concentraria uma atividade gravitacional atrativa em um de seus lados. Ao perder um "elétron polar" o nêutron transformar-se-ia num próton e não sei se a estrutura oscilante seria mantida, o que seria fundamental para a gênese da gravitação, como a concebo. Sua questão refere-se a massa (acredito que gravitacional) e carga. Como procurei demonstrar, massa gravitacional e carga são coisas complexas e portanto suas definições não podem ser tão simples quanto pretendem os físicos modernos (ou seja, a partir da física clássica). Se partirmos de princípios simples, chegamos em conceitos de massa e carga complexos; por outro lado, se partirmos de conceitos de massa e cargas simples, chegamos em princípios complexos como o princípio da relatividade e o princípio da incerteza. A escolha é sua! Do ponto de vista macroscópico "cargas" e "massas gravitacionais" simplificam-se graças a caprichos da natureza (obviamente obedecendo a princípios simples). A teoria do "porco-espinho" mostra como isso acontece para cargas macroscópicas; não é impossível chegar-se também às "massas gravitacionais macroscópicas" por mecanismo semelhante. Respondendo finalmente à pergunta: Uma partícula pode ter massa gravitacional sem ter carga e vice-versa (encarando-se tanto a massa quanto a carga no sentido "light" referido acima). Ufa!!! Outra pergunta dessas e a turma da ciencialist me "bota pra correr". Com essa creio que meu "crackpot index" bateu o record. Não vou nem postar as figuras (gifs animados) só pra ver se algum gaiato tem coragem de as solicitar. e Ozelo: Sua visão sugere a origem de algo como sendo a interação entre dois algos ou dois algos sugerem ser a interação da origem de um algo? :o) Um "algo1" (partícula) em condições especiais gera outro "algo2" (campo); um "algo1a" e um "algo1b" interagem entre si através dos seus "algo2", não sendo impossível que o "algo2a" e/ou "algo2b" seja(m) nulos. Se um dos dois algo2 for diferente de zero, haverá sempre uma interação graças à incidência seguida de reflexão (ação e reação). Aliás, a experiência das duplas fendas pode ser explicada por essa reflexão em que um "algo1" emite um "algo2" que, ao refletir nas bordas de um dos orifícios, alcança o "algo1" que passou pelo outro orifício, dando origem a famosa interferência cruzada. Se um dos orifícios estiver fechado a imagem de interferência será simples, pois o "algo2" não passa para o outro meio através do orifício fechado. Ozelo: Permitiremos ser nós mesmos conscientes de que não passamos e jamais seremos algo além de um simples ping-pong cósmico inevitável,... Se o universo for eterno da maneira proposta, sempre haverá uma galáxia mais próxima do centro do Universo (ou da panela de pressão) do que a nossa. Será então suficiente descermos de nossa galáxia e viajarmos numa supervelocidade em direção a essa galáxia mais central (a velocidade poderia ser superior à da luz, pois a teoria proposta não supõe como verdadeira a relatividade -- aliás, ela se contrapõe à relatividade). Ora, quantos bilhões de anos passarão até que nossa Galáxia torne-se inviável? Até lá a nossa ciência não mais estará na idade da pedra e poderemos saltar de galáxia para galáxia à vontade por "omnia saeculae saeculorum". Ozelo: Devemos acreditar em Deus? A fé é sempre uma questão de opção, e a fé religiosa não foge à regra. Aqueles que necessitam da ciência para acreditar em Deus são os homens de pouca fé. Aqueles que duvidam de Deus por argumentos científicos são os homens de pouca ciência. Não há como misturar ciência e religião a não ser através de frases soltas e de significado analógico como aquela proferida por Einstein: "Deus não joga dados". Fora isso, faça a sua opção e seja feliz, pois é isso o que importa. Ozelo: porque damos tanto valor às nossas existências individuais se já sabemos que individualmente jamais seremos algo mais que um grão de pó? Acho importante diante do sentimento de viver ter consciência de que nós individualmente somos nada e esse nada só será algo se coexistir e não só participar do que hoje chamamos de evolução do Universo. Não é um caso de se pensar no futuro e sim um caso de pensar numa escala que cubra muito mais do que um simples século. Com efeito. Não obstante, acho que o socialismo só tem sentido à medida que não despreza o individualismo. Ozelo: De onde és Alberto? Nasci em São Carlos (SP), 1942, e moro em São Paulo (bairro da Mooca) desde os 5 anos de idade. Ozelo: E onde anda o Belisário? :o) Pelo que eu soube ele foi tirar uma unha encravada em Curitiba e ainda não voltou. Msg 4614 From: "Alberto Mesquita Filho" To: Ciencialist Date: Sat, 29 Apr 2000 14:27:28 -0300 Subject: Filosofia da Ciência Ozelo: aí você sacou uma do baú que eu ????????? por 'omnia saeculae saeculorum'?????? ;o) Realmente, saiu do baú. No meu tempo de segundo grau estudava-se latim e algumas expressões arquivaram-se em algum lugar de meu cérebro. Não sei se a grafia está correta mas o sentido de "per omnia saeculae saeculorum" seria o de "por todos os séculos dos séculos. A frase total, então, ficaria: "...poderemos saltar de galáxia para galáxia à vontade, por todos os séculos dos séculos." Quer me parecer que o significado de "século de século" seria equivalente ao de 100 séculos = 10000 anos, ou seja, uma unidade de tempo razoável para o problema em questão. Ozelo: Assim como deverei ter uma resposta no mínimo verdadeiramente fundamentada para o meu filho, também deverei chegar ao fim de meus dias, olhar para trás e ver que minha história pessoal reserva justiça, nobreza e que isto não é como aceitar: "Eu sei que o mundo deveria ser diferente, mas não é." Pois acredito mesmo que só que: "Penso que o mundo é nós que fazemos e não ele a nós.". Mas muitas pessoas simplesmente respondem isso diariamente com um dar de ombros ou apelando para conceitos religiosos vagamente relembrados. Concordo contigo mas sinto que "na prática a teoria é outra", ou melhor, na prática surgem teorias outras a complicarem e a tornarem o encontro de uma solução mais difícil do que o previsto. Surgem então: 1) os aproveitadores, a moldarem o mundo de acordo com suas conveniências (os donos do mundo); 2) os acomodados, a se aproveitarem indiretamente das sobras que não são poucas, pois o sistema capitalista exige um mecanismo de troca e, portanto, de pessoas que tenham o que trocar (os inocentes úteis); e 3) o restante da população, a sobreviver a custa de migalhas. Perceba então que aos primeiros não interessa a modificação do mundo; e os terceiros não têm como lutar contra o sistema, pois mal conseguem sobreviver. Restam então os acomodados e o mundo terá, amanhã, o que estes plantarem hoje. E é por isso que costumo dizer que não existe crise no mundo pois crise significa "o ponto de transição entre uma época de prosperidade e outra de depressão, ou vice-versa". O que existe chama-se marasmo. Em termos de Brasil costumo dizer que precisamos acordar o "Gigante" ora "deitado em berço esplêndido". Somos responsáveis, sim, porém nossa tarefa não é simples. Há alguns anos cheguei a escrever: "Sou um privilegiado pois tenho o privilégio de conviver com a miséria sem ser um miserável bem como tenho o privilégio de usufruir da safadeza sem ser um salafrário". A meu ver a saída começa por aí, pelo reconhecimento desse privilégio absurdo. Mas isso, por si só, não basta! E é por isso que eu prego, não apenas em ciência mas também, o lema "revolução permanente", que captei da filosofia da ciência de Popper; e é por isso que combato veementemente o "comodismo" inerente à filosofia de Thomas Khun, pois o que não é bom para o social não pode ser bom para a ciência. E é por isso que eu me rebelo contra o academicismo do século XX a propalar por todos os rincöes que "em time que está ganhando não se mexe". E, além do mais, quem disse que estamos ganhando? Bem, começamos discutindo "Mecanismo da Existência", divagamos muito pelo terreno da ciência, cheguei mesmo a expor aspectos de minha ciência marginal, e você da sua, e retornamos aos problemas existênciais. E é importante que assim seja, como é importante que os acomodados percebam que por detrás das fronteiras "do que é meu" existirá sempre um mundo melhor e maior "e que é nosso". Msg 4624 From: "Alberto Mesquita Filho" To: Ciencialist Date: Wed, 3 May 2000 06:09:35 -0300 Subject: Re: [ciencialist] Filosofia da Ciência Ozelo: Entendo, mas você acredita que um dia haverá de existir uma teoria unificada que possa descrever todos os aspectos do Universo? Digo, se encontrarmos um teoria que dite todas as regras do Mecanismo da Existência,... Acho muito difícil, nos dias atuais, pensar numa "teoria do tudo" com essa abrangência e a ponto de esgotar possíveis futuras teorizações. Existem algumas tentativas generalizantes, via de regra mal interpretadas pela mídia que acabam gerando polêmicas que nada têm a ver com as teorias que pretendem discutir. Dentre essas idéias generalizantes lembraria as que ocorrem nas seguintes áreas: 1) Em física: poderia citar as tentativas de unificação da mecânica newtoniana com a gravitação newtoniana (século XVII e XVIII) seguida da unificação mecânica-campos e, posteriormente, às custas de um materialismo mecanicista (algo procurado por Maxwell no século XIX, dentre outros), pela unificação de todos os demais ramos da física. No século XX mudou-se o enfoque mas persistiu a idéia de unificação da física, algo tentado tanto pelos físicos relativistas (principalmente Einstein) quanto pelos quânticos, ainda que através de abordagens diversas. Como a física é, dentre as ciências naturais, a mais básica, espera-se que esta unificação possa um dia gerar uma "teoria do tudo" mas, a meu ver, existe muito mais especulação do que verdade nessa afirmação. Eu, em particular, acredito num retorno a uma física clássica totalmente unificada, a explicar todos os fenômenos físicos e a deixar boquiabertos todos os físicos modernos. Tenho trabalhado na procura desta solução. Uma teoria dessas poderia ser muito útil para a química ou biologia mas daí a dizer-se que a teoria em si iria resolver todos os problemas da química ou biologia vai um pouco de arrogância, apresentada por alguns físicos, mesclada com um certo grau de ignorância a respeito da complexidade inerente à química ou biologia. 2) A Teoria Geral dos Sistemas (parece-me que o seu precursor teria sido von Bertalanfy). Também pretende ser uma teoria do tudo mas restrita a classificações e interações entre sistemas. Trata-se de uma temática bastante interessante e, ao contrário do caso anterior, não está restrita, em seus aspectos básicos, essenciais e iniciais, a uma única área do conhecimento. Tanto pode ser desenvolvida por um físico quanto por um biólogo quanto por alguém da área das ciências humanas. 3) As teorias baseadas na evolução da filosofia oriental a se apoiarem no estudo dos complementares antagônicos (yin-yang). É possível por essa linha evoluir para teorias de estados de equilíbrio e de transformações de estados de equilíbrio bastante gerais (não apenas no âmbito da física). Uma boa alternativa a essa linha reside na construção de teorias apoiadas no Princípio de Le Chatelier que tem sido valorizado muito mais como regra mnemônica do que como princípio (os químicos utilizam-no bastante em equilíbrios químicos e, em eletromagnetismo, surge como uma lei que entrou na física "pela porta dos fundos" Þ lei de Lenz). Quem segue uma linha paralela a essa, aqui no Brasil, é o Claudio Abreu [que já perambulou aqui pela ciencialist e recebeu paulada de todos os lados - até de mim!!! :o)]. Pois o Claudio Abreu vem desenvolvendo o que chama Teoria Geral da Bidualidade que considero bastante interessante. Também não tem a característica de "teoria do tudo" acima apontada, pois trata-se de uma teoria a orientar no desenvolvimento de, e/ou xecar, outras teorias mas não me parece que pretenda atingir o status de teoria única, a partir da qual nada mais tivesse sentido se fazer (o que seria de se esperar com uma teoria que pretendesse explicar tudo). Ozelo: mesmo assim não poderíamos ficar acomodados, pois o desenvolvimento da civilização seguiria com o aprimoramento das tecnologias existentes. É interessante essa colocação. Não acredito que cheguemos um dia a esgotar o conhecimento científico porém, admitindo-se que isso aconteça, ainda assim restará o desenvolvimento da tecnologia. Bem lembrado! Ozelo: Assim, acredito que a intenção que está por trás de 'em time que está ganhando não se mexe' é induzir as pessoas a alcançarem resultados práticos com o que já temos em teoria. Mas a meu ver, a teoria e os resultados práticos devem agora seguir um desenvolvimento paralelo. Pois é. Vamos respeitar o time que está ganhando mas vamos também procurar derrotá-lo. O que não podemos é admitir a existência do time único a ganhar única e exclusivamente do seu "sparring" e que, no caso da física, seria a física newtoniana (mesmo porque dia chegará em que esta cansará de apanhar). Ozelo: A impressão que tenho é que tem um 'ar político' circulando pela prática científica. É mais ou menos por aí? Não é "mais ou menos por aí". É exatamente por aí! Infelizmente existem os "donos da ciência" a propalarem que fazer ciência é como jogar xadrez. E conseguem incutir nos meios universitários que seria absurda qualquer manobra a ir contra as regras que "eles" criaram. E qualquer um que jogue xadrez de maneira "errada" é taxado de subversivo, ou de criança ou, então, não entende nada do assunto. E se de alguma forma este agente subversivo conseguir, com a anuência dos "donos da ciência", modificar as regras, as coisas começam novamente seguindo as mesmas trilhas, apenas que com novas regras. E se você continuar aceitando as regras velhas, dirão que você está esclerosado ou, então, que passou para a segunda infância. Com grande frequencia, e em virtude de interesses próprios e relacionados ao momento político, os "donos da jogo", ainda que nunca tenham jogado, pregam a boa nova a dizer que está na hora de se mudar as regras do jogo. É mais ou menos por aí. Ozelo: Nosso diálogo fortaleceu em mim a confiança no aspecto científico que resolvi expor e agora devo me dedicar nos próximos dias a escrever em detalhes sobre minhas concepções cosmológicas e seus fundamentos. Fico muito feliz com isso e, ao mesmo tempo preocupado, pois em uma das msgs anteriores você chegou a dizer que iria prestar vestibular esse ano. Digo isso porque conheço a "paixão" que toma conta do cientista quando ele resolve se dedicar a elucidar suas imagens de espírito. De qualquer forma, confio na sua sabedoria. Ozelo: Em breve apresentarei alguns tópicos decisivos sobre a suposta relação destas com o modêlo de 13 esferas, o qual dei o nome de 'Azar' exibido aqui no Ciencialist. Com a ressalva feita acima, aguardarei ansiosamente. Ozelo: Sou muito grato pela sua atenção e dedicação nesses assuntos sem qualquer preconceito, o qual destas extraio muita motivação para a defesa de um pensamento livre. "O futuro do mundo está confiado à juventude. Mas onde os ideais não inflamam o coração, e não firmam a vontade, começa a velhice e a decrepitude." (João XXIII). Msg 4639 From: Neville To: Ciencialist Date: Sun, 7 May 2000 01:35:09 -0300 Subject: [ciencialist] GRAVITAÇÃO Olá Pessoal Estive ausente nestas ultimas três semanas e estou tentando - sem muito êxito - por a correspondência em dia. As discussões da lista tomaram um rumo muito muito interessante; li dezenas de frases iluminadas que mereceriam um aprofundamento ... , mas, a vida é curta e temos que "passar batido" na maioria delas. Particularmente, procurando entender a imagem sugerida pelo Alberto [Sent: Friday, April 28, 2000 10:51 PM - Subject: Re: [ciencialist] Re: Mecanismo da Existência ], a respeito da geração do campo gravitacional me veio a seguinte cogitação: - um dos aspectos mais intrigantes do efeito gravitacional é que diferentemente das demais manifestações da natureza - com a honrosa exceção do tempo - é o fato de não mostrar um efeito contrário equivalente. Se é que eu entendi um pouco, o modelo proposto é de que as partículas que apresentam campo gravitacional, na verdade, apresentam algum tipo de dipolo [elétrico, magnético, gravital (?) ou outro desconhecido] que resultaria sempre num efeito macroscópico de atração. Esta parte seria fácil de entender através de uma analogia: se considerarmos, por exemplo, duas pequenas barras imantadas livres no espaço, a força resultante entre elas será sempre de atração, pois sendo livres elas automaticamente se ajustariam de forma a ficar com os pólos opostos alinhados (se quiserem um exemplo mais simples ainda, pensem na agulha da bússola, que sempre se alinha no sentido da atração do campo). Como desconheço se existe uma nomenclatura estabelecida, vou chamar de dipolo gravital esse modelo, (seja lá o que isso possa ser); então os neutrons, protons e outras partículas seriam esses tais dipolos (tripolos e quadripolos quando associados a cargas elétricas) que permitiriam a existência de forças atrativas e repulsivas simultâneas no interior dos núcleos atômicos. A pergunta que fica é: como poderia se explicar o processo associativo gravitacional neste modelo ? - ou então, se nada dele faz sentido? Particularmente, gostaria de ver os gifs animados que o Alberto gentilmente se propôs a enviar. Grato pela atenção. Msg 4640 From: Alberto Mesquita Filho To: Ciencialist Date: Sun, 7 May 2000 08:39:14 -0300 Subject: Re: [ciencialist] GRAVITAÇÃO Neville: - um dos aspectos mais intrigantes do efeito gravitacional é que diferentemente das demais manifestações da natureza - com a honrosa exceção do tempo - é o fato de não mostrar um efeito contrário equivalente. Se é que eu entendi um pouco, o modelo proposto é de que as partículas que apresentam campo gravitacional, na verdade, apresentam algum tipo de dipolo[ elétrico, magnético, gravital (?) ou outro desconhecido ] que resultaria sempre num efeito macroscópico de atração. Esta parte seria fácil de entender através de uma analogia: se considerarmos, por exemplo, duas pequenas barras imantadas livres no espaço, a força resultante entre elas será sempre de atração, pois sendo livres elas automaticamente se ajustariam de forma a ficar com os pólos opostos alinhados ( se quiserem um exemplo mais simples ainda, pensem na agulha da bússola, que sempre se alinha no sentido da atração do campo) Como desconheço se existe uma nomenclatura estabelecida, vou chamar de dipolo gravital esse modelo, (seja lá o que isso possa ser); então os neutrons, protons e outras partículas seriam esses tais dipolos (tripolos e quadripolos quando associados a cargas elétricas) que permitiriam a existência de forças atrativas e repulsivas simultâneas no interior dos núcleos atômicos. Parece-me que você captou bem a msg e eu até estranhei pois quando a escrevi não percebi que tinha exposto a idéia em detalhes. A minha preocupação de momento era apenas mostrar que massa e carga podem ser mais complexas do que se nos aparentam ser. Quanto a sua dúvida, se é que a entendi, ela não só faz sentido como focaliza o ponto crucial do modelo. Se não houver como explicar, o modelo vai por água abaixo. Vamos ver se entendi a dúvida. Um nêutron "em repouso" (figura "neutron.gif"), ou seja, com todas as suas partículas interiores oscilando em eixos a passarem pelo centro, gera, em sua periferia, o que poderia ser chamado campo de um dipolo gravitacional oscilante, ou seja, alternando temporalmente períodos de atração com períodos de repulsão. O efeito pode ser melhor percebido com a figura "dupla.gif", simulando uma dupla de "quarks clássicos" (o nêutron tem três desses quarks). Para cada ponto P do espaço, o campo a se manifestar, num dado instante, seria aquele previsto pelo exame das pequenas bolinhas (férmions) situadas na reta a unir o ponto P ao centro do nêutron, segundo a seguinte convenção: se o férmion correspondente estiver fugindo de P (em direção ao centro do nêutron), o campo seria atrativo; caso contrário, repulsivo (Justificativa: Princípio de Le Chatelier com uma interpretação muito semelhante, mas não absolutamente igual, ao "andar no vácuo" do automobilismo). Corrija-se, a essa imagem, o tempo em que a informação deve levar para ir do nêutron ao ponto P pois, à semelhança de Newton, não acredito numa ação à distância não mediada por nada (coisa que entrou na física pela porta dos fundos, graças aos maus seguidores de Newton). É de se notar que os férmions, de cada quark clássico descrevem um mhs (devido a uma repulsão de natureza elétrica e uma aproximação de natureza magnética) e o conjunto nada mais é do que uma onda propagando-se circularmente, muito provavelmente auxiliada por interação de tipo magnético entre férmions vizinhos, interação esta responsável pela aproximação de férmions opostos. Poderíamos ainda definir, para esse nêutron "em repouso", um eixo de atração máxima e que, a cada momento, passaria por dois férmions de um dos quarks que estivesse em seu ponto de maior energia cinética (centro do mhs) e dirigindo-se para o centro (atração máxima). Como o nêutron está em repouso e os férmions, em tais condições, alternam-se, o "eixo de atração máxima" descreve um giro em torno do nêutron "em repouso". Podemos ainda pensar no quark considerado para fixar o eixo como sendo aquele que é diferente dos outros dois. Pensemos agora no nêutron "girando" no plano do quark considerado para definir o eixo de atração máxima e de tal maneira que o eixo fique em repouso no espaço (ou seja, o giro seria acoplado com a oscilação dos férmions). Agora temos um quadripolo gravitacional estático, com duas regiões opostas de atração e duas regiões opostas de repulsão. Se este nêutron sofrer um segundo giro, agora em torno do eixo de atração máxima, a atração se conservará espacialmente e a repulsão se diluirá em 360 graus. Lembro que estes giros têm também um efeito do tipo eletromagnético a complicar o entendimento; porém não é impossível que este efeito facilite a estabilidade nuclear e/ou de agrupamento de nêutrons. Não é impossível se pensar, também, em micelas neutrônicas unidas exatamente pelos polos repulsivos (graças aos efeitos eletromagnéticos) e diferentemente do que você apresentou acima para os imãs (aproximação pelos polos atrativos). A repulsão ficaria neste caso totalmente escondida e a micela seria uma partícula a mostrar apenas um campo gravitacional atrativo. Não me parece que o núcleo seja formado por tais micelas mas não creio ser impossível imaginar-se uma estrela de nêutrons constituída pelas mesmas. A meu ver, o segredo do núcleo atômico estaria em se conseguir fazer estes nêutrons e os prótons (cuja estrutura ainda não consegui imaginar por inteiro) disporem-se em orbitais que teriam por base (ou seja, as órbitas) o esquema das treze bolas apresentadas pelo Ozelo. E se cada próton acoplar-se com cada elétron da eletrosfera (ou seja, a eletrosfera seria uma imagem ampliada de uma protosfera nuclear), a disposição dos elétrons nas camadas s, p, d e f estaria explicada pelo esquema mostrado em meu Web Site no link "Uma curiosa coincidência". Perceba que a estrutura cristalina típica (as treze bolas) seria nada mais, nada menos, que um núcleo de Helio. Ou seja, não seria difícil imaginar um determinado átomo expulsando, por algum motivo qualquer, uma de suas partículas alfa mais periféricas. Como dá para perceber, existem muitos reparos a serem feitos, porém creio que a saída é por aí: Uma saída genuinamente newtoniana e sem o apelo para curvaturas do espaço, "spin" que não significa giro, materialização da energia ou energização da matéria, incertezas ou indeterminações, órbitas permitidas, luz ondulatória, efeito túnel, vácuo quântico, complementaridade de Bohr, éter, etc., etc., etc. Neville: Particularmente, gostaria de ver os gifs animados que o Alberto gentilmente se propôs a enviar. Ainda bem que você entrou na minha. Eu já estava ficando desanimado. Também, pudera, do jeito que eu fiz a publicidade: "Não vou nem postar as figuras (gifs animados) só pra ver se algum gaiato tem coragem de as solicitar. e Neville: Grato pela atenção. E grato pela coragem.
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