A Produção Científica em Psicologia na Universidade Particular:
Dificuldades, desafios e perspectivas.

framesCarla Witter

Integração I(1):55-9,1995

 

Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer à coordenação por ter-me convidado para falar neste evento. A maioria dos alunos aqui presentes me conhece, exceto talvez os do primeiro ano, e sabem que eu gosto muito de pesquisa. Eu também, como o Prof. Armando, tive a oportunidade de começar a trabalhar sistematicamente com pesquisas desde os meus 18 anos de idade e, assim sendo, eu tenho muita afinidade com a questão da pesquisa. Mediante o tempo que eu tive para preparar alguma coisa para falar para vocês e, considerando o que os meus colegas já falaram aqui, eu vou tentar fazer uma apresentação de modo a dar uma idéia do que eu penso a respeito do que foi solicitado pelo tema desta mesa: a pesquisa na Universidade Particular.

Pensei em falar sobre a produção científica na área da Psicologia na universidade particular e quais são as dificuldades para se fazer isso e os desafios e as perspectivas segundo o que eu penso. Queria aproveitar um pouco do que a Profª. Anete falou, porque acho importante a gente tentar situar primeiramente essa questão da cultura brasileira, ou seja, este é um país que infelizmente não tem uma tradição na área da pesquisa e é por isso, talvez, que não se têm ainda muitos centros de excelência como se poderia ter, ou como existem lá no exterior. Isso foi muito bem pontuado pela Profª. Anete, e concordo que devemos parar e pensar: Por que é que a gente tem tanta dificuldade em estar realizando trabalhos de pesquisa e em estar produzindo conhecimento? Isto que a gente vê, e que ocorre tanto nas universidades particulares como também em várias universidades estaduais e federais, em nível de graduação, é muito mais uma reprodução do que já existe; ou seja, trata-se basicamente mais de uma transmissão de conhecimento do que realmente de uma produção de conhecimento.

Aqui na Universidade São Judas, eu acredito que, por uma característica do corpo docente, e por uma preocupação da coordenação, propiciamos aos nossos alunos, realmente, uma prática no sentido de estar realizando pesquisas, ou seja, de estar produzindo conhecimento. São pesquisas simples, mas, bem ou mal, a gente está realizando um trabalho no sentido de ficar conhecendo qual é a população com que teremos de trabalhar. Como os meus colegas citaram, há alguns trabalhos de pesquisas desenvolvidos nas suas disciplinas que, inclusive, foram apresentados em congressos de psicologia ou áreas afins. Os meus alunos de segundo ano aprendem a fazer pesquisas, assim como vocês, alunos de primeiro, ano que têm uma matéria que os ensina a pesquisar, realizando trabalhos com qualidade para serem apresentados em congressos; portanto, todos vocês são privilegiados nesse sentido. Vocês têm um contato com a área da ciência e com o que é fazer ciência, ou seja, realizar pesquisas, desde o primeiro ano até o quinto ano do curso de psicologia na Universidade São Judas. Neste sentido, no curso de psicologia há essa preocupação de forma marcante.

Queria destacar o que é básico quando a gente vai fazer pesquisas. Vocês inclusive estão sentindo isso como estudantes: O que é que a gente precisa quando vai fazer pesquisas? Uma das coisas de que mais se precisa, realmente, é o apoio institucional. Neste sentido, dentro das limitações de uma universidade particular, a São Judas tenta atender às nossas necessidades, no que lhe é possível. Provavelmente agora, com a criação do Centro de Pesquisas, talvez isso se torne mais forte. Talvez a instituição possa dar mais auxílio neste sentido, tanto ao corpo docente como ao discente. Além disso, como vocês começam a realizar pesquisas desde o primeiro ano, precisam ter condições materiais e financeiras e disponibilidade de tempo, tendo em vista a necessidade da coleta e análise dos dados levantados; cumpre destacar também as condições básicas para se fazer uma pesquisa. Uma delas é a orientação; é necessário contar com o tempo de um orientador, ou seja, de alguém que oriente como realizar o trabalho. É preciso ter o acesso às informações atualizadas, e sobre esse aspecto gostaria de destacar algumas coisas: O que seria acesso a informações atualizadas? É ter uma biblioteca adequada, ou seja, ter revistas científicas que realmente vocês possam estar consultando, revistas que são indexadas, isto é, que são reconhecidas pela comunidade científica, para vocês permanecerem atualizados e saberem o que existe, por exemplo, na área da psicologia do desenvolvimento. O que existe de mais novo? O que os nossos pesquisadores estão realizando nessa área? E o que os pesquisadores estrangeiros também estão realizando? Isto é básico para se poder comparar e, por que não, adaptar o que existe de bom lá fora para dentro da nossa realidade.

Um dos grandes problemas da nossa ciência, da Psicologia principalmente, é a questão do nosso objeto de estudo. Como estudamos o homem, torna-se muito difícil, ou muito mais complexo, delinear a pesquisa e realizá-la do que, por exemplo, na área de ciências exatas, em que o objeto de estudo é mais objetivo. Tanto que temos em nosso país pesquisas de ponta na área de engenharia, inclusive, pode-se dizer até alguns centros de excelência como a USP, a UNICAMP, o ITA e o IPT. Para ilustrar a minha afirmação basta lembrar do Rio de Janeiro e dos seus morros repletos de rochas que são sustentadas por esta tecnologia de ponta da Engenharia, que não permite a queda das mesmas. Esta mesma tecnologia é vista na paisagem do Rio em seus túneis, viadutos, na linha vermelha que liga o centro ao aeroporto, isto para não falar na engenharia elétrica e de barragens, em que, sem dúvida, o Brasil se destaca. O nosso país é meio surrealista, porque a gente tem na área das ciências exatas, na área de engenharia, e em outras, tecnologias de ponta. Infelizmente, na área de ciências humanas é muito mais difícil você estar realizando uma pesquisa, ter apoio e conseguir estabelecer centros de excelência, que é uma preocupação dos psicólogos. Mas a gente tem muito mais dificuldade pelo objeto de estudo que escolhemos, em que se está trabalhando, se formando, se profissionalizando, que é o homem, ou seja, que é estudado pela ciência psicológica. Então, acho que as dificuldades, de certa forma, vão além dessas que já citei: as de se precisar de uma boa biblioteca, de tempo, de condições materiais, apoio financeiro e tudo mais, que a gente vê estarem acontecendo em países avançados. Existem outras variáveis, mas não vou falar aqui porque não é o caso.

O que é que acaba acontecendo em termos de produção científica em nosso país? Digo, não só na universidade particular, mas também na estadual, no ensino público? Acaba sendo a realização das pesquisas muito mais por uma paixão, como a Profª. Anete afirmou, dos professores e dos alunos que acabam se envolvendo e querendo conhecer a realidade, querendo pesquisar, saber o que existe, responder alguns porquês que a gente tem. Temos vários porquês na Psicologia e em termos de produção científica existe muito ainda por ser realizado, existem muitas áreas que ainda não estão desenvolvidas em nosso país, então... há muito por fazer. Quando a psicologia fez trinta anos de reconhecimento em nosso país?... Não sei se alguns de vocês se lembram o que a Profª. Carolina Boris, quando esteve aqui, falou. Uma das coisas que ela apresentou em sua fala, e em que volto a insistir aqui, é que a Psicologia, inclusive em termos de campo de atuação, está para ser feita, e está para ser feita por vocês. Vocês realmente são o futuro. Agora, o importante é que vocês, alunos, aprendam pesquisando e que saiam profissionais-pesquisadores. Isto é o que falta e, conforme assinalado pelo Prof. Armando, também acredito que isso deve ser realizado desde a graduação e não só ser vinculado à pós-graduação. Não é porque vai para uma área clínica, para uma área organizacional, ou área hospitalar ou escolar, que você simplesmente vai atuar como profissional. Você deve aprender a conhecer aquela realidade e trabalhar com aquela realidade em cima de dados reais. Para isso, o que é que você precisa aprender a fazer? Realizar pesquisas. Você precisa saber onde é que está falhando o seu trabalho e por que é que esse trabalho não está chegando aonde deveria chegar, dentro daquilo que você esperava; isso, independentemente de a gente ter uma série de dificuldades, principalmente, na universidade particular, por falta de incentivo, de apoio de órgãos governamentais como o CNPq, a CAPES, dentre outros. Esta falta de verba para a universidade particular vai dificultar mais ainda essa questão do apoio financeiro, que é importante para você estar realizando pesquisa.

De qualquer forma, dentro da Universidade São Judas, pelo menos no curso de psicologia, em que eu estou atuando desde 91, o corpo docente tem procurado fazer com que o aluno de graduação tenha uma idéia realmente do que é essa realização e a importância dessa pesquisa. Pesquisar é fundamental para o desenvolvimento de uma ciência e, conseqüentemente, do país. É através da pesquisa que é produzido o conhecimento. Se vocês não pesquisarem, não trabalharem a realidade que vocês têm, estarão simplesmente transmitindo o que já existe, não estarão produzindo conhecimento. É através da pesquisa que é produzido esse conhecimento. Dá trabalho? Sim, dá muito trabalho para obterem isso; para vocês serem pesquisadores e profissionais mais competentes é preciso muito esforço e aprendizagem. Acredito que é isso que a gente tem procurado aqui no curso de psicologia: oferecer esta prática de pesquisa. Vocês têm possibilidade aqui, desde o primeiro ano, de realmente começarem a pesquisar. Em muitas outras universidades existe também a matéria que vocês têm, de Métodos e Técnicas de Pesquisas, que é uma disciplina incluída em vários cursos de graduação e pós-graduação, não só de psicologia, para dar justamente essa visão do que é a pesquisa. Só que, com muita freqüência, e pelo que eu tenho conhecimento, essa matéria gera confusões, por não atender aos objetivos já comentados de formar pesquisadores, ensinar e realizar pesquisas, incrementar a produção de conhecimentos, conscientizar e sensibilizar o aluno para a importância do pesquisar no contexto brasileiro. Eu mesma tive essa disciplina, assim como Filosofia da Ciência, e também outras disciplinas como História da Psicologia, como Psicologia Geral, mas não me ensinaram a fazer pesquisa realmente. Eu fui aprender a pesquisar, infelizmente, só na pós-graduação. Ou melhor, não fui aprender só na pós-graduação, como muitos dos meus colegas, porque eu tive bolsa de iniciação científica como o Prof. Armando e, como já disse, na época tinha dezoito anos de idade. Então, quando eu estava no curso de graduação, como vocês, eu fui procurar saber o que era pesquisa, e aprendi, porque tive orientadores fora da Universidade. Infelizmente a universidade particular não pesquisava também, e não fornecia esse apoio. Então, o que é que eu quero dizer com isso? Que vocês aqui na Universidade São Judas são privilegiados, e eu considero um privilégio porque vocês estão saindo formados do curso de psicologia com uma visão mais ampla: sabendo realmente o que é pesquisar. Porque vocês passam no primeiro ano por uma matéria, que é Métodos e Técnicas de Pesquisa, na qual vocês aprendem a fazer pesquisa, a pesquisa mais simples, que é a de levantamento, como todos vocês já devem saber. Então vocês fazem a pesquisa mais simples, mas vocês saem pelo menos com esse aprendizado. Eu tive colegas de pós-graduação que não o sabiam, e eu tenho certeza de que sabiam muito menos do que vocês pelo que é passado no curso de primeiro ano aqui. Além disso, continuam a aprender sobre pesquisa nos anos seguintes e a se exercitarem em outras modalidades de pesquisa.

Acredito que para vocês aprenderem a pesquisar e começarem a andar por conta própria, precisam dessa prática de pesquisa. Então como é que se começa uma prática em pesquisa? É através de professores, ou seja, de um curso montado que tenha uma preocupação com essa questão do produzir conhecimento e... Faz o quê? Faz com que os alunos que estejam no segundo ano também façam pesquisas. Aqueles alunos que me conhecem sabem que no quarto e quinto ano também irão fazer pesquisas, porque, na minha disciplina, um dos critérios de avaliação é realizar a pesquisa. Por quê? Porque eu acredito que é na prática, ou seja, realizando pesquisas, que vocês vão aprendendo a produzir esse conhecimento, e vão aprendendo ¾ para quando já forem profissionais formados e estiverem numa instituição, seja hospitalar ou escolar, seja qualquer organização ¾ a elaborar um questionário, ou uma forma de pesquisar aquele problema que está dificultando o trabalho de vocês. Penso que apesar de a universidade particular ter uma série de dificuldades muito maiores do que a universidade pública, que também as tem, este é o desafio que existe a partir de já, para a universidade particular: justamente o de estar tentando formar alunos que venham a ser profissionais-pesquisadores e, ao mesmo tempo, auxiliar o seu corpo docente no sentido de propiciar isso aos seus alunos. Acho que o conhecimento a gente faz junto. Não é porque somos professores que vamos achar que o aluno não pode contribuir para esse desenvolvimento da ciência da Psicologia. Acredito muito nos alunos, acredito que podemos trabalhar juntos, como a gente já vem trabalhando, para estar desenvolvendo a pesquisa e a nossa área, no caso a Psicologia.

Em termos de perspectiva eu vou falar um pouquinho também da nossa experiência aqui na São Judas. Acredito que, para que vocês tenham um crescimento na área da produção científica, é preciso definir algumas diretrizes e bases em termos de política e educação, não só em nível do país como um todo, em que falta a lei de diretrizes e bases da nossa educação, como também em nível da própria instituição. Creio que a idéia de criação do Centro de Pesquisa demonstra, de certa forma, que há uma grande preocupação na Universidade São Judas em estar desenvolvendo essa área de produção até em nível de se criarem centros de excelência. O que é um centro de excelência? É você ter tecnologia de ponta numa determinada área. Então você poderia, por exemplo, estudar formas de atendimento na área clínica ou na área escolar. Qual a melhor maneira de treinar professores? Isso é um centro de excelência em treinamento de professores, por exemplo, na área escolar, que é o que falta no mercado, como a gente sabe. Então, há o que realizar, e há como estar realizando isso. É para isso que a gente precisa também de um corpo docente bem formado, ou seja, que tenha pós-graduação, que tenha conhecimento nessa área de pesquisa, para estar propiciando esse tipo de realização. Acho que nesse sentido a São Judas também tem uma grande preocupação, pelo menos na área de psicologia, em contratar um corpo docente que seja competente e qualificado, que tenha uma pós-graduação e uma formação nesse sentido de realização de pesquisa.

É fundamental saber a importância de pesquisar no nosso país, que, como vocês sabem, é de terceiro mundo. Então temos tudo para estar realizando pesquisas, tudo para estar-se desenvolvendo. A gente tem de conhecer as nossas crianças, os nossos adolescentes, os nossos adultos... Uma outra coisa queria acrescentar aqui, já comentada pelo Prof. Armando: é a respeito da publicação. A gente vê que muitas vezes nossos colegas, vocês mesmos alunos, fazem o trabalho, e o que é que acontece? A gente faz um trabalho, passa um ano fazendo um trabalho, e ele acaba às vezes morrendo na própria universidade, não vai além. Por quê? Porque o aluno às vezes não tem condição de ir a um congresso, ou então não sabe como ir ao congresso, ou da importância da divulgação da pesquisa. Às vezes, a gente até consegue um congresso para o aluno levar seu trabalho, ou leva alunos a outros congressos, como eu tive a oportunidade de fazer com alguns colegas seus. É muito gratificante, como professor, e também para o aluno, que ele apresente o seu trabalho em um congresso. E é quando ele se dá conta, inclusive, que mesmo sendo aluno de segundo ano, e que está apresentando um trabalho que desenvolveu no primeiro ano, este é tão bom quanto o de profissionais já formados. Então isso dá uma realização tanto para o aluno, como para o professor.

Lamentavelmente, no entanto, quando a gente se questiona sobre como é que está a publicação disso, percebe que muitas vezes a pesquisa acaba só na apresentação no congresso. Não se consegue levar adiante, ou seja, publicar em revistas científicas. Eu canso de falar para vocês prepararem o trabalho, ou fazerem o trabalho corretamente, para depois levarem para que seja publicado em revistas, nas revistas científicas, que é uma proposta inclusive aqui da São Judas, a de ter uma revista científica. Então, a partir do momento em que vocês têm uma revista científica, inclusive na própria universidade, e há um esforço da universidade nesse sentido, esta revista vai precisar das pesquisas. É preciso insistir: façam o trabalho bem feito e levem adiante, para que seja divulgado para os nossos colegas o que está sendo realizado por vocês, dentro do curso de Psicologia, para que possamos dizer: ¾ Olha, a gente produz conhecimento aqui na São Judas também, vejam o que estamos fazendo. O que é que você têm de dados nesse sentido para complementar minha pesquisa? E assim por diante. Muitas vezes a pesquisa, em geral é apenas apresentada em um Congresso e publicado o seu resumo nos anais do evento (quando há anais), e a divulgação na íntegra do trabalho acaba não ocorrendo. Isto foi verificado por pessoas que estudam a própria ciência; esta área é conhecida por metaciência ou cientometria. O pessoal que estuda isso, ou seja, o encaminhamento da publicação da pesquisa, nota que a maioria das pesquisas que são apresentadas em congressos acaba morrendo no congresso. Elas não são publicadas posteriormente em revistas científicas. Fica aqui meu apelo para que vocês façam um bom trabalho e para que levem esse conhecimento, que vocês estão produzindo aqui, adiante, porque, dentre os trabalhos que vocês fazem, muitos deles são muito bons. Envolvam-se nisso. É uma coisa mesmo de paixão, pois eu sei que vocês têm muitas outras atividades, não é só fazer pesquisa. Na minha própria disciplina, vocês têm de estudar todo o desenvolvimento humano e, além disso, têm de pesquisar. Eu sei que dá muito trabalho, mas esse trabalho, quando vocês percebem o valor e o retorno, vêem que foi publicado, acaba sendo muito gratificante.

Queria fechar a minha fala basicamente dizendo que realmente acho que existe esse desafio, mas acredito que a perspectiva é boa. O desafio em si, na universidade particular, é conseguirmos manter o que já tem sido realizado no nosso curso. Realmente, temos trabalhos bons, a gente desenvolve pesquisas desde o primeiro ano nesse curso, ou seja, no primeiro ano vocês fazem pesquisas, no segundo realizam comigo, no terceiro com o Prof. Armando, no quarto ano vocês vão voltar a fazer pesquisa comigo e no quinto também realizam pesquisas. Então, acho que a gente tem propiciado, o curso tem procurado propiciar para vocês uma formação mais forte no sentido de serem profissionais-pesquisadores. Porque o bom profissional será aquele que, quando estiver atuando, consiga formas para resolver alguns problemas que de início ele não sabe como, porque aquele conhecimento que ele viu na universidade já está ultrapassado; ou porque a gente estuda teorias ou lê livros, inclusive, que às vezes a gente tem em nosso país, e que são da década de 80, da década de 70 e, infelizmente, às vezes relatam conhecimentos já ultrapassados. Não estou dizendo que não se deva ter esse conhecimento. É importante que se leia, que se tenha esse conhecimento, mas ao mesmo tempo que se verifique como ele se aplica à nossa realidade. E é para responder e ver se coincide até com as pesquisas que a gente lê, e é por isso que estão nos nossos livros didáticos, para que se possa verificar até que ponto elas se aplicam à realidade do Brasil. Pesquisar para ver e aí poder comparar. E ter aulas, nas quais há uma troca maior de conhecimentos tanto da parte do professor como da parte de vocês alunos. Acho que pesquisar, como vocês sabem, principalmente aqueles que me conhecem, para mim é realmente uma paixão. E, como a Profª. Anete disse, nesse país, por falta de tradição em nível de importância do pesquisar, a gente tem muito ainda para desenvolver. O Brasil só vai crescer a partir do momento em que dedicarmos maior atenção nesse sentido, de que é necessário pesquisar para produzir conhecimentos, para que possamos nos libertar de algumas amarras que se fixam lá no exterior. Então, e isso é fundamental, é através da pesquisa que a gente começa a crescer. E, para que se tenha bons pesquisadores, é claro, vem toda uma série de problemáticas que existem na educação, mas este é um outro assunto que eu não vou comentar no momento.

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