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Diálogos Ciencialist

 
 

Debate entre Cláudio Abreu e Alberto Mesquita Filho

Agosto/2000


Sobre a Teoria Geral da Bidualidade

 

Coletânea de mensagens efetuada por Cláudio Abreu e adaptada para este Web Site.


Msg 5518
De: Bidual - Cláudio Abreu
Data: 19/Agosto/2000

Alô pessoal da Ciencialist,

Eis que volta o boêmio. Depois de me recolher um pouco, vou voltar a atuar.

Abaixo encaminho a divulgação dos sites no eGroups que estou criando.

Prometo retomar o texto do Ser e/ou Não Ser que prometi. Mas vocês podem começar a ter acesso aos meus arquivos, que se encontram nos grupos que criei no eGroups. Vocês sabiam que é muito fácil criar um grupo no eGroups?

O primeiro, talvez fuja ao âmbito desta lista...

O segundo, é o grupo "tgbd", sobre a minha grande aposta: A Teoria Geral da Bidualidade (TGBD), que tentei debater em meados do ano passado aqui no Ciencialist e no Acropolis. A idéia surgiu numa tentativa que fiz, diretamente com o Alberto Mesquita Filho e com o Ozello, de fazermos um grupo de debates particular, entre nós três. Deste mini grupo, que acabou não vingando, guardo duas lembranças maiores: o prêmio Nobel que o Alberto disse quem descobrisse uma explicação para o fato do esquema gráfico mostrado por ele coincidisse com o mesmo esquema das camadas eletrônicas dos átomos. Acredito que com a TGBD expliquei porque havia a "coincidência". O próprio Alberto, acredito eu, também acreditou... Concorda, Alberto? Você poderia se manifestar a respeito? A minha idéia com grupo da TGBD é colocar todos os textos já elaborados nos arquivos, e conduzir os debates e mensagens em torno exclusivamente da TGBD.

Deixo aqui o endereço do grupo da TGBD:
                     http://br.groups.yahoo.com/group/tgbd/

O terceiro grupo é "musicasdeclaudioabreu", onde pretendo, com o tempo, colocar disponíveis minhas composições e letras já gravadas em CD e convertidas para MP3. Ainda não está operando.

Bem vou ficando por aqui. Estão todos desta lista convidados a participar do grupo da TGBD que, em analogia com as empresas de propósitos específicos, se dedicará exclusivamente ao debate da minha teoria. Desde já agradeço quem quiser colaborar, participando da idéia. [...]

Um grande abraço a todos,
Claudio Abreu


Msg 5523
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 19/Agosto/2000

Na Msg 5518 Claudio Abreu escreveu:

Claudio: Alô pessoal da Ciencialist, Eis que volta o boêmio. Depois de me recolher um pouco, vou voltar a atuar

"O bom filho a casa torna." Seja bem vindo. Fiquei satisfeito com sua decisão.

Claudio: Desculpem a mensagem que escrevo no material que envio abaixo, na qual relato a minha enorme decepção com FHC e seus dois governos (ou FFHH, como diria o Élio Gaspari - é isso?)... Afinal, acho que muitos aqui nesta lista, tal como eu, não vêm no Fernando Henrique Cardoso o que o Fernando Henrique acha que é, e que nós achávamos que fosse... Coisas da política e do poder...

Se eu não discordar de alguma coisa escrita diria que "esse não é o Alberto que conheço" risos. Então vou discordar neste ponto. Nunca vi nada no FHC a não ser uma arrogância imensa a nivelá-lo a um número razoável de acadêmicos imbecis com os quais cruzei na época em que militei no Olimpo Acadêmico. Por outro lado, e conforme o Jocax, de maneira ultra-original, risos, expôs em 08/08/00, "Gato escaldado tem medo de água fria". Pois o "Taumaturgo da Política" FHC "realizou" um milagre a lembrar-me muito da famosa enganação vivenciada em 1970 graças ao General Médici e/ou de tantos outros milagres pelos quais temos passado desde que me considero por gente e que tenho observado não darem em nada. Não sou pessimista mas não acredito que um povo que possua uma elite a propalar o marasmo, possa aspirar a algo melhor. Consequentemente, não me decepcionei com o FHC. Ele é exatamente o que achei que fosse e não é melhor nem pior do que os demais que com ele disputaram o cargo que hoje ocupa. Esta é a nossa triste realidade. Abaixo o marasmo!

Em tempo: Não sou contra o plano que você afirma ter sido originado de suas idéias. Acho apenas que os políticos no Brasil escrevem errado por linhas (ou teorias) certas. Em outras palavras, dizem seguir uma teoria mas seguem outra.

Claudio: O segundo, é o grupo "tgbd", sobre a minha grande aposta: A Teoria Geral da Bidualidade (TGBD), que tentei debater em meados do ano passado aqui no Ciencialist e no Acropolis. A idéia surgiu numa tentativa que fiz, diretamente com o Alberto Mesquita Filho e com o Ozello, de fazermos um grupo de debates particular, entre nós três. Deste mini grupo, que acabou não vingando, guardo duas lembranças maiores: o prêmio Nobel que o Alberto disse quem descobrisse uma explicação para o fato do esquema gráfico mostrado por ele coincidisse com o mesmo esquema das camadas eletrônicas dos átomos. Acredito que com a TGBD expliquei porque havia a "coincidência". O próprio Alberto, acredito eu, também acreditou... Concorda, Alberto? Você poderia se manifestar a respeito? A minha idéia com grupo da TGBD é colocar todos os textos já elaborados nos arquivos, e conduzir os debates e mensagens em torno exclusivamente da TGBD.

Estou pensando seriamente em indicá-lo para o prêmio Nobel. Brincadeirinha risos. Na realidade, e como você afirma acima, explicou porque havia a coincidência e não o fenômeno em si e que está por trás da coincidência. Sinceramente, Cláudio, e como já afirmei várias vezes, vejo um potencial muito grande em sua teoria e acredito que ela tem muito de verdade e de possibilidade de vingar. Daí a dizer que ela será aceita pela comunidade científica vai uma distância muito grande. Como teorizador, a sentir na pele os problemas que sei que você tem sentido no decorrer dos anos, só me resta torcer pelo seu sucesso. Posso discutir a teoria, posso sugerir emendas, mas não posso convencer a uma comunidade que somente aceita como certo aquilo que vem do exterior e assim mesmo publicado em revistas patrocinadas pelos donos da ciência. Um país cuja elite cultural não valoriza seus teorizadores não pode aspirar nada melhor do que o relatado nos primeiros parágrafos desta mensagem. Pena que o povo, que realmente não é o responsável pela idiossincrasia, seja efetivamente quem "paga o pato".

Claudio: O terceiro grupo é "musicasdeclaudioabreu", onde pretendo, com o tempo, colocar disponíveis minhas composições e letras já gravadas em CD e convertidas para MP3. Ainda não está operando.

Muito boas por sinal. Torno público o comentário que fiz em pvt (18/05/00): "O CD é excelente". E a tgbd, a meu ver, não fica atrás, ainda que, e como já comentei, não a conheça com a profundidade necessária para defendê-la de um ponto de vista acadêmico; e nem sou "dono de toda essa bola", pois ela situa-se numa área que gosto de estudar mas não sou especialista no assunto. Sob esse aspecto, posso apenas recomendá-la para leitura, críticas e reflexões, pois creio que ela merece.

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Alberto


Msg 5559
De: Claudio Abreu - Bidual
Data: 21/Agosto/2000

Prezado Alberto Mesquita Filho,

Obrigado pelas boas vindas e pelos comentários.

Alberto: Consequentemente, não me decepcionei com o FHC. Ele é exatamente o que achei que fosse e não é melhor nem pior do que os demais que com ele disputaram o cargo que hoje ocupa. Esta é a nossa triste realidade. Abaixo o marasmo!

Alberto, que bom que você foi mais esperto e experiente do que eu e que a maior parte do povo brasileiro que elegeu e reelegeu FHC. Realmente eu acreditava no FHC e na sua equipe (em particular o Malan, o Arida, o Lara Resende e Bacha) que eram os "meus heróis" na década de 70, no meio daquela ditadura "braba"... Se o FHC, meu ex-herói, não fosse o ministro da Fazenda, acho que não teria tido o estímulo para escrever aquela proposta, que infelizmente tenho de ficar dizendo que foi a base do Plano Real, na medida que esses caras nunca se dignaram a fazê-lo. É como diria o Cazuza: os meus heróis morreram todos... Informo, contudo, que nunca votei no FHC, pois percebi que ele era uma canoa furada antes da sua primeira eleição.

Alberto: Em tempo: Não sou contra o plano que você afirma ter sido originado de suas idéias. Acho apenas que os políticos no Brasil escrevem errado por linhas (ou teorias) certas. Em outras palavras, dizem seguir uma teoria mas seguem outra.

Alberto, longe de mim desgostar de tudo que se relacione do Plano Real, pois afinal ele acabou com aquela inflação perversa. O que eu lamento é que tudo isto poderia ter sido feito de uma outra forma, se tivessem prevalecido somente a vontade de fazer as coisas certas e o espírito de homem público e não as ambições políticas e eleitoreiras. Em suma, poderia ter sido bem mais barato acabar com a inflação neste país, caso não eles não tivessem errado tanto. Hoje em dia vemos todo mundo de olho no caso do TRT/SP, de onde sumiram uns R$ 169 milhões. Não sei precisar, mas é provável que os erros da implantação do Real tenham custado não R$ 169 MILHÕES, mas sim mais de R$ 169 BILHÕES, e não vejo ninguém se preocupando com isso. E então, ninguém vai ser responsabilizado por esta conta, mil vezes maior? Acho que o responsável por ela é o FHC, com ajuda do Malan, Gustavo Franco e outros iluminados. Sim, Alberto, a política é cruel, particularmente com que acredita que ela possa ser mais altiva. Mas deixa isso pra lá... a ciência é mais prazerosa e fascinante.

Alberto: Estou pensando seriamente em indicá-lo para o prêmio Nobel. Brincadeirinha risos. Na realidade, e como você afirma acima, explicou porque havia a coincidência e não o fenômeno em si e que está por trás da coincidência.

Aqui acho que discordamos, tanto é que escrevi "coincidência", entre aspas, e não coincidência. A minha vida tem sido uma sucessão de "coincidências", tais como a que me deparei ao desvendar a estrutura das orbitais eletrônicas, que você colocou com um desafio, e que daria direito, em tom de brincadeira, até ao prêmio Nobel. Você me autoriza a divulgar aqueles nossos emails para o que o Ciencialist tome conhecimento dos assuntos neles abordados? Acho que a turma iria gostar, e nos ajudar a concluir se foi mais uma coincidência ou "coincidência".

Alberto: Sinceramente, Cláudio, e como já afirmei várias vezes, vejo um potencial muito grande em sua teoria e acredito que ela tem muito de verdade e de possibilidade de vingar. Daí a dizer que ela será aceita pela comunidade científica vai uma distância muito grande. Como teorizador, a sentir na pele os problemas que sei que você tem sentido no decorrer dos anos, só me resta torcer pelo seu sucesso. Posso discutir a teoria, posso sugerir emendas, mas não posso convencer a uma comunidade que somente aceita como certo aquilo que vem do exterior e assim mesmo publicado em revistas patrocinadas pelos donos da ciência. Um país cuja elite cultural não valoriza seus teorizadores não pode aspirar nada melhor do que o relatado nos primeiros parágrafos desta mensagem. Pena que o povo, que realmente não é o responsável pela idiossincrasia, seja efetivamente quem "paga o pato".

Prezado Alberto, sinceramente, fico bastante grato pela suas estimulantes e sábias palavras.

Realmente é muito difícil a situação de alguém que acredita que tenha descoberto algo muito importante para a ciência; e, pior ainda, a de quem tem a certeza de que fez isto, como é o meu caso. A gente fica numa situação de ser arrogante pelo simples fato de acreditar naquilo que tem a certeza de que é a verdade. Ainda mais se esta pessoa, tal como eu, tem bastante senso de autocrítica, e fica eternamente se perguntando: "será que você está sendo lúcido ou enlouqueceu de vez?". "Não, não enlouqueci não", é o que eu sempre concluo ao final destas divagações, pois se pensasse diferente disto teria de concluir que todas as evidências, certamente verdadeiras, e que me fizeram chegar a tal posicionamento, teriam que ser falsas, o que seria um absurdo.

É muito ruim padecer de um mal que, na falta de outro nome, chamo de solidão cientifica. Minha participação no Ciencialist e no Acrópolis no ano passado me deram uma noção de tudo o que você disse acima, a ponto de eu resolver me recolher para não levar mais tanta pancada. Bem o mundo é este, e quem vai na chuva tem que se molhar.

Acho que atualmente amadureci o suficiente (e isto me fez voltar a este grupo) para ver qualquer batida ou contraposição mais forte como sendo salutar, pois reflete o posicionamento de quem não pode acreditar no que está vendo e que, inconscientemente, se coloca na posição de sincero defensor dos atuais paradigmas científicos vigentes. Afinal, o novo espanta... Disse salutar porque uma contrargumentação bem feita enriquece o debate e inclusive, força o desenvolvimento das idéias, tal como nos aconteceu no período em que nos correspondemos.

Claudio: O terceiro grupo é "musicasdeclaudioabreu", onde pretendo, com o tempo, colocar disponíveis minhas composições e letras já gravadas em CD e convertidas para MP3. Ainda não está operando.
Alberto: Muito boas por sinal. Torno público o comentário que fiz em pvt (18/05/00): "O CD é excelente". E a tgbd, a meu ver, não fica atrás, ainda que, e como já comentei, não a conheça com a profundidade necessária para defendê-la de um ponto de vista acadêmico; e nem sou "dono de toda essa bola", pois ela situa-se numa área que gosto de estudar mas não sou especialista no assunto. Sob esse aspecto, posso apenas recomendá-la para leitura, críticas e reflexões, pois creio que ela merece.

De novo muito obrigado pela suas estimulantes palavras. De que adianta fazer músicas se ninguém gostar delas, e desenvolver teorias se ninguém acreditar nelas?

Por fim, pergunto: você acredita que esta idéia de abrir um grupo no eGroups para debate de um assunto específico, tal como fiz para a TGBD, possa ser uma nova forma de amadurecer uma idéia, de uma forma participativa? Já pensou em a fazer um grupo só para debater a suas propostas? Veja como é fácil fazer isto: vá até o eGroups e clique em INICIAR UM NOVO GRUPO.

Um grande abraço,
Claudio Abreu


Msg 5577
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 22/Agosto/2000
Alberto: Brincadeirinha risos. Na realidade, e como você afirma acima, explicou porque havia a coincidência e não o fenômeno em si e que está por trás da coincidência.
Claudio: Aqui acho que discordamos, tanto é que escrevi "coincidência", entre aspas, e não coincidência

Com efeito. Aliás, lembro que no original que você me enviou na época, antes de elucidar a "coincidência" através da tgbd, você afirma: "Quem sabe algum dia não chego lá", também em tom de brincadeira, pois segue-se à alusão que fiz a um dos dois prêmios: ou o Nobel ou o Ignóbil.

Claudio: Você me autoriza a divulgar aqueles nossos emails para que o Ciencialist tome conhecimento dos assuntos neles abordados? Acho que a turma iria gostar, e nos ajudar a concluir se foi mais uma coincidência ou "coincidência".

Minha vida é um livro aberto e dificilmente digo alguma coisa em particular e que não possa ser levada a público. Sinta-se à vontade, a respeito. Não obstante, tenho minhas dúvidas sobre se o assunto interessaria aos demais. Dificilmente consigo expor algo relativo às minhas teorias e sempre que tento os questionadores ficam mais preocupados em defender aquilo que aprenderam na escola do que propriamente em verificar se o que digo faz sentido (isso já aconteceu em vários newsgroups e em várias listas de discussão, e não apenas aqui na ciencialist). Faço exceção a um diálogo amigável, ainda que "pesado", que mantive com o Belisário, pois neste caso o início do debate surgiu graças a um texto em que eu criticava a física moderna; e acredito que por este motivo o debate chegou a ser duradouro e procurei mesmo não colocar idéias novas pois achei que não seria pertinente (a não ser como citações longínquas onde procurei fazer o meu comercial risos).

Desta forma, se você pretende expor suas idéias tomando por base uma coincidência que notei, e que está fortemente relacionada à minha teoria, vejo uma mistura de duas teorias não aceitas e sujeitas a chuvas e trovoadas. De qualquer forma, adoro um debate e se este debate estiver de alguma maneira relacionado às minhas idéias, melhor ainda.

Claudio: "Não, não enlouqueci não", é o que eu sempre concluo ao final destas divagações, pois se pensasse diferente disto teria de concluir que todas as evidências, certamente verdadeiras, e que me fizeram chegar a tal posicionamento, teriam que ser falsas, o que seria um absurdo.

Nossa loucura reside em nossa coragem em expressarmos nossas idéias. Nossa certeza é reforçada pela falta de coragem dos "críticos" em expressarem o que pensam a respeito, se é que pensam alguma coisa.

Claudio: Por fim, pergunto: você acredita que esta idéia de abrir um grupo no eGroups para debate de um assunto específico, tal como fiz para a TGBD, possa ser uma nova forma de amadurecer uma idéia, de uma forma participativa? Já pensou em a fazer um grupo só para debater a suas propostas?

Pelos motivos que expus acima creio que será muito difícil encontrar participantes em número suficiente para manter o grupo em funcionamento. No Brasil nem os grupos de física conseguem adeptos em número suficiente, imagine então um grupo dedicado a uma teoria específica e alternativa. Espero que você tenha sucesso, mas não creio. Tenho um amigo mineiro que convive com problema idêntico ao nosso e abriu uma lista de discussão há cerca de um ano para discutir a teoria dele. Até hoje conta com apenas dois participantes: eu e ele. E quando queremos nos corresponder utilizamos o e-mail.

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Alberto


Msg 5617
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 23/Agosto/2000

Em 22 de agosto, Claudio Abreu escreveu:

Claudio: Nada derruba a TGBD. Que 5ª força seria esta?

Olá Claudio e demais Ciencialisteiros.

Em primeiro lugar espero que tenham entendido o tom de agressividade que dei a uma de minhas últimas mensagens. O assunto em pauta havia sido exposto por este paulista que vos fala, e não pelo meu net-amigo e capixaba Cláudio, conforme a msg dava a entender. Por outro lado, tratavam-se de ofensas dadas a público e não exclusivamente a mim, mas extensivas a meus conterrâneos, não apenas os nascidos aqui em São Paulo mas também aqueles que colaboraram para que São Paulo chegasse ao que é. Julguei então que deveria responder em público e não em pvt. Não no sentido de polemizar mas com a finalidade de colocar um fim imediato na questão, talvez aqui colocada com impropriedade. Já assisti a briguinhas regionalistas como estas e elas costumam durar meses sem levar a nada. Sinto que alguns estranharam a minha conduta manifestando-se através de possíveis julgamentos implícitos. Não há nada pior do que ser criticado nas entrelinhas, pois ficamos sem saber como nos defender e até mesmo em dúvida sobre se realmente fomos criticados. Enfim, a vida é como ela é e não como gostaríamos que fosse. Espero que o assunto tenha se encerrado.

Quanto à afirmação do Claudio (Nada derruba a TGBD),... fez-me lembrar a primeira crítica que fiz à tgbd aqui na ciencialist, há muito tempo. Cheguei na época a interpretar a tgbd como uma teoria metafísica ou, se quiserem, uma teoria epistemológica ou filosófica. Sou xucro em filosofia, porém acredito conhecer os limites do que chamo ciência e, como tal, suas fronteiras com a filosofia. Alguns "cientistas" vêem com maus olhos a metafísica e, portanto, uma teoria metafísica não teria valor algum para a ciência. Sem querer rotular ninguém, seriam os positivistas que teriam firmado pactos de fé dogmático-científicos por ocasião do círculo de Viena. Eu não penso assim. Não vejo mal algum em uma teoria ser metafísica e acredito mesmo que em determinadas condições as teorias metafísicas são essenciais à ciência e tão importantes para o cientista teorizador quanto as próprias teorias científicas.

Nesta segunda-feira assisti a uma palestra do prof. Antonio Joaquim Severino, na USJT, onde o mesmo comentou algo a respeito da não unicidade do método científico. O método científico, como classicamente o conhecemos, e expus uma visão moderna a respeito recentemente (vide A práxis científica), tem se mostrado bastante útil nas chamadas ciências naturais. O mesmo método chega a ser visto com maus olhos por alguns entendidos em ciências humanas. Pois o Severino, se o entendi bem, chega a dizer que o "método das ciências naturais" teria sido sistematizado no século passado e aquele utilizado nas ciências humanas está em vias de consolidação e realmente parece diferir do anterior. Não obstante, Severino chama a atenção para duas áreas das ciências que não se encaixariam em nenhum destes "dois métodos" e que seriam os ramos das humanas voltados excessivamente à práxis, qual seja, a política e a educação. Desta forma, haveria um terceiro método científico e relacionado às ciências políticas e às ciências educacionais. E a sistematização deste terceiro método, ao que tudo indica, viria a ser obra do século que está por começar. Muito bonita e muito lógica a colocação que, obviamente, não sei repetir com a mesma desenvoltura do mestre. Não obstante, ao término da palestra cheguei a questioná-lo sob o ponto de vista exposto no parágrafo seguinte.

Seria a teoria do método científico, da forma como é hoje aceita pelos cientistas naturais, uma obra acabada? Percebo que este método deixa propositalmente de lado questões tais como a intuição, a busca por analogismos, as experiências de pensamento, os construtos de alto nível, referidos por Bunge, as imagens de espírito referidas por Einstein, a lógica transcendental, referida por Kant... E não obstante, os bons cientistas, aqueles que realmente produzem conhecimento científico, utilizam-se destas ferramentas ou mesmo atalhos, a despeito dos pactos de fé assumidos no círculo de Viena. Galileu e Newton já os utilizaram no século XVII, Carnot e Maxwell utilizaram-nos no século XIX e Einstein, Heisenberg e Bohr no século XX; e tantos outros... Ora, se método é efetivamente caminho, e se os verdadeiros cientistas utilizam-se de atalhos não descritos no método, então o método está incompleto, ainda que correto. Ou seja, o método procura valorizar o racionalismo em detrimento de condutas outras e que, somente após a experimentação e/ou racionalização, passam a ser explicadas por vias outras (e agora sim, a justificar o método) que não foram as efetivamente transitadas pelo cientista a chegar pela primeira vez ao destino (algo muitas vezes a "justificar" a aplicação do termo "acaso"). A questão que fiz então ao professor Severino foi a seguinte: Será que após sistematizarmos "o método científico das ciências políticas e educacionais" não chegaremos à conclusão de que "os demais métodos científicos" seriam casos particulares deste mais geral? E como mais geral, não seria este um método a efetivamente descrever todas as vias seguidas pelos cientistas que efetivamente produzem conhecimento e portanto também aplicável, em sua totalidade, também às ciências naturais, ainda que se exigisse que estas vias se conformassem à experimentação ao enxertarmos algo "a posteriori"?

Não sei se cheguei a ser claro, mas pelo que percebi o prof. Severino entendeu e endossou minha opinião, ainda que preconizasse uma resistência muito grande à aceitação desta idéia pelos cientistas naturais. Ou seja, estou propondo uma teoria unificante do método científico a ser observado em todas as ciências, a ponto de não mais podermos dizer que os cientistas da área de ciências naturais estão, em sua metodologia, mais certos ou mais errados do que os cientistas de outras áreas. Enfim, este é um tema para melhores estudos.

O que estou querendo expor, em resposta a sua curta mensagem é o seguinte:

  1. Não tenho preconceitos contra teorias metafísicas e acho-as mesmo fundamentais e importantes para a ciência e/ou para o cientista (quando não para a prática, pelo menos na fase de teorização ou mesmo na fase analítica).
  2. Acredito que uma "teoria do tudo" na verdadeira acepção da palavra seria uma teoria metafísica e, portanto, não falseável.
  3. Pela sua afirmação (Nada derruba a TGBD) a tgbd não seria falseável, o que confirma a minha suspeita.

Existem "teorias do tudo" mais restritas, como por exemplo, as pretensas teorias unificadoras de campos. Mas estas não têm a dimensão da tgbd, ou da teoria geral dos sistemas de Bertalanfy, ou do princípio unificante da ciência oriental, etc. Todas estas, a meu ver, são não falseáveis no sentido proposto por Popper, e é este o sentido que defendo ao afirmar que uma teoria é científica, sem no entanto desmerecer as demais e nem ao menos de pretender afirmar que não possam ser desenvolvidas por cientistas, pois são teorias que, a meu ver, interessam aos cientistas. Sei que muitos discordam desta minha visão generalizante, mas não posso ir contra uma pessoa simplesmente pelo fato dela recusar-se a se utilizar do copo para tomar água.

Quiçá possamos um dia unificar o que tenho aqui chamado por "teorias metafísicas de importância para o cientista" (a incluírem as teorias do método científico e as teorias do tudo) e teorias científicas propriamente ditas. Creio que para tanto precisaríamos antes chegar à unificação do método, o que sem dúvida alguma representaria uma evolução no sentido a chegarmos a um neo-positivismo liberto dos dogmatismos e das atitudes arrogantes que contaminaram o círculo de Viena.

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Alberto


Msg 5630
De: Claudio Abreu - Bidual
Data: 23/Agosto/2000

Prezado Alberto,

Acabo de fazer um arrazoado a meu ver muito importante, tentando mostrar ao Rodrigo que realmente é muito difícil derrubar a TGBD. Ela nunca me falhou, e torço eu nunca falhará. O mundo necessita de uma referência fixa para explicar a sua mobilidade. Senão a coisa fica complicada. Eu só não consigo entender a tendência que existe em considerar TGBD como sendo metafísica. Ora, quero que me apontem aonde ela assume esta característica. Será porque ela também abarca a visão oriental no seu seio? Hora, para ser verdadeira e geral ela tem que abranger toda e qualquer teoria que seja verdadeira, e nada me diz que a visão oriental seja falsa...Muito pelo contrário, pelo pouco que conheço dela, vejo-a como uma visão muito mais sensata, completa e evoluída do que a atual visão ocidental. Acredito que a TGBD consiga unificar as duas visões, sendo uma espécie de síntese das duas.

Contudo, reafirmo: a TGBD nada tem de metafísica. Ela se baseia fundamentalmente na observação científica de tudo o que nos cerca, em todos os campos do conhecimento humano. É lógico que eu sendo um simples engenheiro civil, com mestrado em administração, não posso ser um especialista em física, química, biologia, matemática, direito, contabilidade e outras ciências que venho estudando e verificando a veracidade da TGBD.

É lógico que tenho de me ater à essência de cada ciência, mas nada há de ruim nisto, pois como digo na minha Personal Page do ZAZ, o complexo nada mais é do que uma porção de coisas simples, dispostos dentro de uma estrutura mais complexa. Repare que se a TGBD fosse algo complexa ela não poderia explicar as coisas mais simples. Já o inverso é totalmente factível.

Bem passadas essas confusões que marcaram o meu retorno a esta lista (com inícios de agressões de um lado e vírus do outro), devo dizer que estou muito animado em reencontrar cabeças pensantes. Afinal, minha maior atividade é livre pensar. Acredito que iremos nos entender bem com o tempo, apesar da minha teimosia e arrogância.

Ainda não tive tempo de transferir todo material que já escrevi sobre a TGBD. Mesmo porque nem sempre o meu provedor e o site do eGroups se entendem, e perde-se muito tempo com isto. A Internet, apesar de todos os avanços, ainda está na idade da pedra.

Abraços em todos. Virei a noite aqui, escrevendo para vocês, e agora preciso dar uma descansada.

Claudio Abreu


Msg 5633
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 25/Agosto/2000
Claudio: Eu só não consigo entender a tendência que existe em considerar TGBD como sendo metafísica. Ora, quero que me aponte aonde ela assume esta característica? Será porque ela também abarca a visão oriental no seu seio?

Sinceramente, não vejo mal algum em uma teoria estar dotada de características predominantemente metafísicas, conforme espero ter deixado claro em msg anterior. É possível mesmo que no momento atual isto seja pouco importante para que você continue desenvolvendo-a. Dia chegará em que você terá que responder a esse questionamento, não para mim mas para você mesmo. Por outro lado, o mundo está repleto de teorias científicas, algumas de boa qualidade, outras razoáveis, e a grande maioria da má qualidade. Pouquíssimas são as teorias metafísicas de qualidade e raríssimas interessam à ciência como um todo. Não sou um especialista no assunto mas noto que elas caracterizam-se por serem extremamente complexas (não confundir com difíceis), abrangentes ou generalizantes e dotadas de hipóteses não falseáveis "pela experimentação".

Pelo fato de não serem falseáveis "pela experimentação", exigem do teorizador um cuidado extremo na aplicação das regras lógicas, sob pena de explicarem tudo, até mesmo o que sabidamente não tem explicação alguma. Talvez por este fato sejam mal vistas por uma parcela significativa dos estudiosos da ciência, ainda que despertem o interesse dos teorizadores que com grande frequência vêem-se envolvidos com a metafísica e/ou com outros ramos da filosofia. Uma outra característica que acredito seja exclusividade de teorias científicas é a previsão de fatos novos, que aliás acabam sendo utilizados em testes a falsear a teoria.

A falseabilidade deve ser interpretada com muito cuidado. Por exemplo, tomemos o princípio da causalidade: "Não há efeito sem causa". Trata-se de um princípio metafísico. Em teoria, nada impede que um dia este princípio venha a ser falseado. Por outro lado, poderia dizer que a cada vez que encontrássemos uma causa para determinado efeito, estaríamos corroborando o princípio e portanto que ele "teria passado" por um teste a falseá-lo. Perceba no entanto que, neste caso, estou utilizando-me do princípio da indução (também metafísico), princípio este que em outras condições garante-me que "todas as maçãs são vermelhas" somente até o dia que eu "for apresentado" a uma maçã verde. Trata-se portanto de uma utilização ingênua da falseabilidade. Por outro lado, se observarmos efetivamente um efeito sem causa, teremos falseado o princípio, da mesma forma que ao encontrarmos a maçã verde falseamos a idéia de que "todas as maçãs são vermelhas".

Um outro exemplo: O segundo princípio da termodinâmica diz-nos que é impossível o calor passar de uma fonte fria para uma fonte quente. Aqui também utiliza-se o princípio da indução para corroborar o princípio. No entanto, a teoria termodinâmica é mais abrangente do que o princípio e faz previsões outras que ao serem constatadas corroboram a teoria; caso contrário a teoria seria falseada. A teoria termodinâmica é o exemplo típico de teoria científica a situar-se nas fronteiras da ciência e dotada de características filosóficas muito interessantes: é complexa, abrangente e possui hipóteses não falseáveis, ainda que a teoria em si seja falseável.

Claudio: Hora, para ser verdadeira e geral ela tem que abranger toda e qualquer teoria que seja verdadeira, e nada me diz que a visão oriental seja falsa...Muito pelo contrário, pelo pouco que conheço dela, vejo-a como uma visão muito mais sensata, completa e evoluída do que a atual visão ocidental. Acredito que a TGBD consiga unificar as duas visões, sendo uma espécie de síntese das duas.

O simples fato dela concordar com a teoria não significa que ela incorpora a teoria. O princípio da causalidade é abrangente, concorda com todas as experiências eletromagnéticas conhecidas mas não explica a teoria eletromagnética. A tgbd, por outro lado, pode ou não ser compatível com os achados eletromagnéticos, mas ela em si não exclui a teoria eletromagnética. Concordar não significa explicar, a menos que a tgbd faça previsões novas, mas aí ela seria uma teoria realmente falseável e daí ficaria o dito pelo não dito. Digamos que a tgbd tivesse sido desenvolvida no século XVI. Nesta época conhecia-se apenas rudimentos de eletromagnetismo. Se a tgbd for realmente uma boa "teoria do tudo", acredito que nestas condições ela teria ajudado os cientistas a desenvolverem o eletromagnetismo. Não obstante, o eletromagnetismo deveria de alguma maneira ser desenvolvido, pois a tgbd por si só não contém o eletromagnetismo em suas hipóteses. A chave abre a fechadura mas a chave por si só não faz com que atravessemos a porta para sabermos o que está do outro lado. Por outro lado, após constatarmos o que está do outro lado, podemos novamente utilizar a tgbd para verificar se ela é coerente com o achado, mas isso por si só não a caracteriza como falseável (seria uma falseabilidade por indução, como descrito acima).

Quanto à "visão oriental" diria que existe uma "filosofia oriental", cuja metafísica tem características que a aproximam à tgbd, e uma "ciência oriental antiga", a apoiar-se na metafísica oriental (em especial, no princípio unificante da filosofia oriental). O princípio unificante nada mais é do que uma teoria metafísica constituída por doze teoremas ou hipóteses não falseáveis. Apoiada nesta metafísica temos principalmente a medicina oriental. Tanto a filosofia oriental como a ciência oriental podem ser pensadas individualmente, ainda que haja um entrelaçamento muito grande entre as duas. E acho mesmo que não é impossível pensar-se num falseamento, ainda que de natureza um pouco distinto daquele flagrado por nossa visão ocidentalóide.

Claudio: Bem passadas essas confusões que marcaram o meu retorno a esta lista (com inícios de agressões de um lado e vírus do outro), devo dizer que estou muito animado em reencontrar cabeças pensantes. Afinal, minha maior atividade é livre pensar. Acredito que iremos nos entender bem com o tempo, apesar da minha teimosia e arrogância

Pois espero que você não veja essa minha crítica como destrutiva. Pelo contrário, acredito que no momento atual a ciência necessita mais de boas teorias metafísicas do que de teorias científicas propriamente ditas (e com essa estou correndo o risco de ser expulso da ciencialist risos). Rigorosamente falando, não posso garantir o caráter de sua teoria, pelo menos com os conhecimentos atuais que possuo da mesma. E como já disse, não sou um especialista no assunto mas apenas um estudioso e palpiteiro bem intencionado.

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Alberto


Msg 5638
De: Claudio Abreu - Bidual
Data: 25/Agosto/2000

Prezado Alberto Mesquita Filho,

Pretendo responder esta sua excelente mensagem com mais calma. Agora estou sem tempo para fazê-la. Mas vou fazer uma provocação para exercitar a sua lógica: você que tanto gosta das idéias de Newton, me explique porque as três Leis da Mecânica são consideradas como ciência enquanto que a TGBD não o é?

Aliás existe uma certa analogia entre:

  • a 1ª Lei de Newton e a 1ª Lei da TGBD
  • a 3ª lei de Newton e a 2ª Lei da TGBD
  • a 2ª Lei de Newton e a 3ª Lei da TGBD

E de quebra, uma analogia entre a 4ª Lei da TGBD e definição de Espaço-Tempo de Einsten e a 4ª Lei da TGBD, pois o espaço tem 3 dimensões e o tempo 1 dimensão, assim como a Quadra, que tem um Terno e o Quarto Uno. Aliás, foi com base em Einsten que acabei "descobrindo" a 4ª Lei da TGBD.

Dá pra você explicar?

Um abraço,
Claudio

PS: Segue abaixo um trecho do texto da TGBD existente no livreto do meu CD que aborda esta questão:

As Leis e Princípios Associados à TGBD

A 1a. Lei da TGBD é uma junção dos princípios do Taoismo (note que símbolo do Tao é um Bidual, e que é muito semelhante à Figura 1.3) com a 1a. Lei da Mecânica de Newton, a da inércia, que diz que se um corpo está parado ou em velocidade constante, assim permanecerá até que uma nova força atue sobre ele. A 2a. Lei da TGBD associa-se, de um lado, à dualidade do o Yin e o Yang, e, do outro, a uma generalização da 3a. Lei da Mecânica de Newton, a da ação e reação, que diz que a toda ação corresponde uma reação, de mesma intensidade e sentido oposto. A 3a. Lei da TGBD associa-se com a 2a. Lei da Mecânica de Newton, que trata do desequilíbrio, definindo a força pela equação F=ma, onde F é a força que atua num corpo, m é a massa do corpo e a aceleração do corpo. Na medida que a=e/t2, onde e é o espaço e t o tempo, tem-se que F=m(e/t2), donde se pode vislumbrar a força como sendo um Terno, formado pelo Dual dado por uma função do espaço e do tempo, e pelo terceiro Uno, que é a massa. A 4a. Lei da TGBD associa-se com a descoberta de Einstein, que na sua Teoria da Relatividade, definiu o tempo como sendo a quarta dimensão do espaço-tempo. Ressalte-se que o espaço tem as três dimensões cartesianas: as coordenadas dos eixos do x e do y formam um Dual (do plano de altura mínima ou perpendicular à força de gravidade) e a do eixo do z é o terceiro Uno.


Msg 5647
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 25/Agosto/2000
Claudio: vou fazer uma provocação para exercitar a sua lógica: você que tanto gosta das idéias de Newton, me explique porque as três Leis da Mecânica são consideradas como ciência enquanto que a TGBD não o é?

Olá, Cláudio

Apenas um comentário inicial. Não disse que a tgbd não é ciência e sim que ela "parece-me" ser uma teoria metafísica ou, pelo menos, dotada de forte condimento metafísico. Como, ao contrário de muitos estudiosos de ciência, eu não desprezo a metafísica e creio que ela é essencial para o desenvolvimento da ciência, perceba também que, "num sentido amplo", aceito certas teorias metafísicas como pertencentes à seara do cientista e, portanto, à ciência. No sentido restrito "sou obrigado", e talvez por isso alguns me considerem "rigoroso", a ater-me ao método científico e enquanto não houver uma nova teoria metafísica sobre o método científico a convencer-me de que a atual está incompleta, utilizo-me do método científico para "orientar-me" na delimitação do que é ciência de maneira a ser compreendido pelos demais. Lembro ainda que sou um estudioso do método científico e tenho procurado por saídas alternativas não exatamente no sentido de resolver este impasse, o que para mim seria de pouca importância posto que não desposo idéias positivistas mas no sentido de mostrar a unicidade das ciências (exatas, biológicas e sociais).

Em resposta a sua pergunta, diria que não apenas a mecânica mas a física de Newton como um todo, incluindo a gravitação, propicia inúmeras previsões de fatos e tem sido submetida à falseabilidade por inúmeras vezes. A teoria da gravitação de Newton, por exemplo, prevê a atração entre qualquer matéria e não apenas entre os astros. Não havia nada na época a justificar esta afirmação pois com exceção da Terra, não visualizamos nenhuma outra atração entre objetos materiais e devidos à gravitação. Não se trata de uma afirmação trivial e se hoje aceitamos gratuitamente esse dado é por que foi-nos ensinado na infância e nos dias atuais parece-nos tão lógico como se fosse uma afirmação a apoiar-se no senso comum. Newton morreu sem saber de fato se essa afirmação procedia e as primeiras experiências a corroborarem esta previsão parecem-me terem sido feitas por Cavendish em 1798.

A mecânica de Newton, a apoiar-se em 3 hipóteses, já foi submetida a falseamentos por centenas de vezes. O mais importante falseamento, a meu ver, quase chegou a promover uma crise na física, e relacionava-se à mecânica acoplada à gravitação. Ou seja, descobriu-se que as órbitas dos planetas conhecidos (aqueles visíveis a olho nu) não eram exatamente aquelas previstas pela teoria. Perceba novamente que a teoria faz previsões testáveis e independentemente de uma observação anterior, ou seja, Newton não se preocupou simplesmente em explicar o que conhecia mas em propor uma teoria capaz de nos levar a prever fenômenos não observados sob pena de a teoria revelar-se inconsistente. Em virtude das órbitas não corresponderem à teoria, os cientistas procuraram por explicações outras e acabaram prevendo a existência de novos planetas a explicarem os desvios, o que foi encontrado. No final do século passado a teoria novamente foi colocada em xeque pelo fato do desvio do periélio de mercúrio não corresponder com aquele previsto (novamente a teoria fazendo previsões) pela mecânica newtoniana. Perceba então que a teoria de Newton não apenas foi corroborada centenas de vezes (e portanto resistiu a falseamentos de previsões que fazia) como também foi deixada de lado pelo fato de suas previsões não concordarem com pouquíssimos fenômenos (o desvio do periélio de Mercúrio, incompatibilidades com a teoria eletromagnética, etc.).

Em resposta a sua pergunta diria que a teoria de Newton é uma teoria científica (apesar de falseada) pois efetua previsões e sujeita-se a testes de falseabilidade. Quanto à tgbd já afirmei que não a conheço suficientemente para saber se ela faz previsões (uma que seja, em qualquer área das ciências) ou se simplesmente ela adapta-se ao que já se conhece, graças ao elevado conteúdo lógico que ela aparenta possuir.

Claudio: Aliás existe uma certa analogia entre: -a 1ª Lei de Newton e a 1ª Lei da TGBD -a 3ª lei de Newton e a 2ª Lei da TGBD -a 2ª Lei de Newton e a 3ª Lei da TGBD E de quebra, uma analogia entre a 4ª Lei da TGBD e definição de Espaço-Tempo de Einsten e a 4ª Lei da TGBD, pois o espaço tem 3 dimensões e o tempo 1 dimensão, assim como a Quadra, que tem um Terno e o Quarto Uno. Aliás, foi com base em Einsten que acabei "descobrindo" a 4ª Lei da TGBD. Dá pra você explicar?

Sim. Conforme comentei acima, a lógica da tgbd parece compatibilizar-se com as hipóteses apresentadas e a retratarem o já conhecido. E isto a meu ver a caracteriza como metafísica, ou seja, "um corpo de conhecimentos racionais em que se procura determinar as regras fundamentais do pensamento, aquelas de que devem decorrer o conjunto de princípios de qualquer ciência" (Novo Dicionário Aurélio). O fato dela ser uma teoria do tudo amplia seu leque de atuação, sem contudo torná-la científica "no sentido exposto". Enquanto ela continuar explicando tudo, será uma teoria metafísica, ou seja, ela comporta-se como "indutivamente falseável ou corroborável" (estou inventando essa expressão). Se ela passar a prever fatos novos, passíveis de verificação experimental (mesmo que não factíveis com os recursos atuais), será promovida a categoria de teoria científica.

Volto a dizer que para mim isso tem importância relativa. O importante é que ela relacione-se com as ciências. Por outro lado, concordo com a opinião geral de que a teoria em si deva ser discutida num grupo de filosofia (por exemplo, acrópolis) ou no grupo da tgbd, pois a ciencialist tem por objetivo discutir teorias adequadas ao método científico. O que não impede que possamos continuar discutindo aqui o caráter científico ou não da teoria. E isto a meu ver, e salvo maior juízo, faz parte da temática da ciencialist. Assim como não acredito ser objetivo da ciencialist discutir a existência de Deus (o que com frequência aqui ocorre), não vejo mal algum em que se discuta o problema do ponto de vista da "demarcação da ciência", como o diálogo que estabeleci a respeito com o Jocax no início de julho último. Sob esse aspecto, repito aqui as sábias palavras de nosso síndico: "Devem ser evitadas mensagens que tenham caráter somente religioso e/ou político e que não tenham nenhuma relação com ciência."

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Alberto


Msg 5650
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 26/Agosto/2000
Claudio: Agora o que a geometria euclidiana não chega é que para tudo isto estar em equilíbrio total o Quarto tem de Dualizar com o Terceiro e se decompor no Anti-Terno. Isso aqui é a TGBD que diz.

Olá Claudio.

Eu costumo dizer que a teorização não se aprende na escola e até mesmo que alguns professores destroem o potencial teorizador de seus alunos. Nem sempre existem critérios rígidos ou receitas de bolo a serem seguidas na atividade criativa, e a teorização situa-se neste terreno. O teorizador quase sempre é um autodidata ou, até mesmo, um rebelde que não se adequou à lei da mídia a nos propor que "devemos levar vantagens em tudo". Ou seja, o teorizador recusa-se a ser manipulado pelos modismos, pela imitação (princípio do Chacrinha: "Nesta terra nada se cria, tudo se copia"), pela autoridade do especialista, pelos dogmas disfarçados em paradigmas. E não obstante, e sabe-se lá como, via de regra consegue andar nos trilhos sem ferir as normas lógicas e/ou os critérios de cientificidade. Apesar disso, são poucos os teorizadores que fazem sucesso e, mesmo dentre esses, muitos chegam a ser ignorados durante toda a sua existência. Esta regra é universal. No Brasil a realidade é bem mais triste.

Não é fácil, para aqueles que seguem a rotina acadêmica a supervalorizar os paradigmas, entender o que diz um teorizador. Suas "imagens de espírito", consideradas como "realidades evidentes", via de regra não são captadas por quem está alheio à problemática momentânea e própria do teorizador. Posso dizer isso com propriedade pois via de regra sinto-me a imaginar coisas que para mim fazem sentido, mas não o fazem para mais ninguém. E não é fácil traduzir essas "realidades a mim evidentes" em realidades pelo menos a serem compreendidas pelos demais. Sua frase acima parece-me conter essa impropriedade, ainda que não creio que esteja incorreta. O equilíbrio total parece-me não estar explícito na geometria euclidiana, ainda que possamos observá-lo dependendo do significado que dermos à expressão equilíbrio. Também não fica muito claro para o leitor o porque ou o quando uma teoria, para ser coerente, deva assumir que tudo deve estar em equilíbrio total. Ou seja, parece-me que você está se utilizando de pressupostos não previamente definidos para justificar o que a tgbd faz e que, supostamente, outras teorias não fazem. Não vejo mal nisso, apenas estou tentando mostrar que poucos irão ser convencidos por estes argumentos. Seria o mesmo que dizer, e muitos repetem isso às pampas, que uma teoria para ser boa deve ser bela, deve possuir equações simétricas, etc. e isto, a meu ver, nada mais é do que misturar a crítica com a paixão. Não digo que a paixão não seja importante em ciência, mas apenas que ela não deve desempenhar um papel crítico decisivo.

Claudio: Como você vê o buraco é mais embaixo com a TGBD, Será que isso tudo é mesmo coincidência? Será tudo isso metafísico, Alberto e Takata?

Sinceramente, não sei o que você entende por metafísica. Às vezes fico com a impressão de que você confunde metafísica com câncer. Se assim for, desculpe-me mas jamais pretendi dizer que sua teoria não tem valor, nem que está doente e muito menos cancerosa e/ou em fase terminal. Pelo contrário, se o buraco é mais embaixo e se a teoria é tão essencial para a ciência quanto você parece pretender demonstrar, creio mesmo que considerá-la metafísica soa-me como um elogio. Enfim, que fazer contra preconceitos?

Não me leve a mal mas parece que você está contaminado pelo cientificismo que vingou no século XX. risos

Um grande abraço
Alberto


Msg 5683
De: Claudio Abreu - Bidual
Data: 28/Agosto/2000
Alberto: Eu costumo dizer que a teorização não se aprende na escola...O teorizador quase sempre é um autodidata ou, até mesmo, um rebelde que não se adequou à lei da mídia a nos propor que "devemos levar vantagens em tudo"... E não obstante, e sabe-se lá como, via de regra consegue andar nos trilhos sem ferir as normas lógicas e/ou os critérios de cientificidade. Apesar disso, são poucos os teorizadores que fazem sucesso e, mesmo dentre esses, muitos chegam a ser ignorados durante toda a sua existência. Esta regra é universal. No Brasil a realidade é bem mais triste.

Verdade verdadeira no meu caso Alberto. Sou mesmo um cara autodidata, de pouca entrada (acredito que tenha muito menos cultura científica do que a maioria das pessoas que compõem esta lista) mas de muita saída (exemplo disto é a minha proposta para a TGBD). Eu é que sei como é difícil a situação de quem descobriu algo, tem certeza de que está certo, mas tem de mostrar para uma porção de, digamos, céticos sinceros, que sua proposta é verdadeira, sob pena dela ser desperdiçada por não ter sido difundida, e se o foi pelo fato dela não ter sido entendida e aceita como verdadeira. São os ossos do ofício de um teorizador.

Alberto: Não é fácil, para aqueles que seguem a rotina acadêmica a supervalorizar os paradigmas, entender o que diz um teorizador. Suas "imagens de espírito",consideradas como "realidades evidentes", via de regra não são captadas por quem está alheio à problemática momentânea e própria do teorizador. Posso dizer isso com propriedade pois via de regra sinto-me a imaginar coisas que para mim fazem sentido, mas não o fazem para mais ninguém. E não é fácil traduzir essas "realidades a mim evidentes" em realidades pelo menos a serem compreendidas pelos demais.

Eu que o diga Alberto... Leram esta, Douglas, Takata e Rodrigo?

Alberto: Sua frase acima parece-me conter essa impropriedade, ainda que não creio que esteja incorreta. O equilíbrio total parece-me não estar explícito na geometria euclidiana, ainda que possamos observá-lo dependendo do significado que dermos à expressão equilíbrio.Também não fica muito claro para o leitor o porque ou o quando uma teoria, para ser coerente, deva assumir que tudo deve estar em equilíbrio total.

Lembro que o conceito de equilíbrio total nasceu com a TGBD. Para quem quiser saber o que é equilíbrio total, vá até o endereço:
               http://br.groups.yahoo.com/group/tgbd/files/

Alberto: Ou seja, parece-me que você está se utilizando de pressupostos não previamente definidos para justificar o que a tgbd faz e que, supostamente, outras teorias não fazem. Não vejo mal nisso, apenas estou tentando mostrar que poucos irão ser convencidos por estes argumentos.

Verdade Alberto. Acho que parti para o emocional. Vou me controlar.

Alberto: Seria o mesmo que dizer, e muitos repetem isso às pampas, que uma teoria para ser boa deve ser bela, deve possuir equações simétricas, etc. e isto, a meu ver, nada mais é do que misturar a crítica com a paixão. Não digo que a paixão não seja importante em ciência, mas apenas que ela não deve desempenhar um papel crítico decisivo.
Claudio: Como você vê o buraco é mais embaixo com a TGBD, Será que isso tudo é mesmo coincidência? Será tudo isso metafísico, Alberto e Takata?
Alberto: Sinceramente, não sei o que você entende por metafísica. Às vezes fico com a impressão de que você confunde metafísica com câncer. Se assim for, desculpe-me mas jamais pretendi dizer que sua teoria não tem valor, nem que está doente e muito menos cancerosa e/ou em fase terminal. Pelo contrário, se o buraco é mais embaixo e se a teoria é tão essencial para a ciência quanto você parece pretender demonstrar, creio mesmo que considerá-la metafísica soa-me como um elogio. Enfim, que fazer contra preconceitos?
Não me leve a mal mas parece que você está contaminado pelo cientificismo que vingou no século XX. risos

Talvez eu tenha uma certa bronca quanto ao fato de diversas pessoas ficarem definindo a TGBD como sendo metafísica, de uma maneira bem diversa da que você faz, dentro de uma forma positiva, apesar de não concordar com a sua visão. Vejo sempre nestas investidas a intenção de diminuir a TGBD, talvez num comportamento emocional, pois quem a assim a define, não consegue rebate-la, e daí ficam tentando dar uma rasteira ou um golpe baixo. Já falei aqui e repito, em letras bem grandes, para ver se essas pessoas alteram seus posicionamentos:

O IMPORTANTE NÃO É SE SABER SE A TGBD É CIENTÍFICA OU METAFÍSICA, E SIM SE É VERDADEIRA OU NÃO. ESTA É AQUESTÃO QUE INTERESSA. O RESTO NÃO TEM PRESSA.

Um grande abraço.
Claudio Abreu


Msg 5696
De: Alberto Mesquita Filho
Data: 28/Agosto/2000
Claudio: Talvez eu tenha uma certa bronca quanto ao fato de diversas pessoas ficarem definindo a TGBD como sendo metafísica, de uma maneira bem diversa da que você faz, dentro de uma forma positiva, apesar de não concordar com a sua visão.

Para ser sincero, não estou muito certo quanto a essa "minha visão". Vejo uma certa confusão no interpretarmos conceitos milenares à luz de definições aceitas na modernidade. A verdadeira metafísica seria aquela proposta pelos filósofos da Antiguidade e parece-me que os bons filósofos dos dias atuais ainda a aceitam nesse contexto. O Rodrigo, em msg de 26/08/00, chega a afirmar que "Metafísica é um estudo de supostas propriedades não-físicas da matéria e suas inter-relações" e quero crer que se algum dia a ciência conseguir se aproximar destas "propriedades não-físicas" estaremos próximos de entender o que seria a metafísica e até mesmo de entender o verdadeiro significado da ciência. Embora muitos não queiram acreditar, a ciência caminha nessa direção. O conhecimento metafísico vai além do conhecimento científico (ou aquém, se observado pelo referencial do Léo, e isto é pouco importante pois entre dois pontos A e B de uma reta, aquele situado à esquerda depende unicamente de nosso ângulo de visão). Ou seja, se algum dia chegarmos ao átomo de Demócrito, supondo-se que eles existam como os únicos tijolos do Universo a comporem todas as demais partículas hoje chamadas elementares, a partir daí não poderemos dizer mais nada a não ser que constatamos sua "existência" real. E o simples "existir" ou "ser" é uma propriedade não-física. Espaço, tempo, matéria, movimento, são coisas que revelam-nos sua existência mas não sabemos exatamente o que são.

A ciência dos positivistas, talvez influenciada pelos maus leitores de Kant, menospreza a metafísica. Não pretendo defendê-la pois creio que isto seria papel a ser desempenhado pelos filósofos. Vejo no entanto que esta "ciência" despreza também a filosofia, a filosofia da ciência e até mesmo áreas que se utilizam do método científico, ainda que de uma maneira rudimentar posto que seus objetos de estudo são por demais complexos. Não sei até que ponto esse "método científico" dos neopositivistas, a *aparentemente* privilegiar as ciências naturais, seria o ideal a ponto de, como muitos o fazem, podermos dizer que seriam cientistas apenas aqueles a se enquadrarem nesses trilhos. Creio que até mesmo nas ciências naturais os melhores exemplos de cientistas foram exatamente aqueles que conseguiram andar pelos atalhos de uma ferrovia ainda não convenientemente elucidada e que a meu ver comportaria a verdadeira metodologia científica.

Estas áreas, por muitos ainda consideradas como não-científicas, estariam à margem da ciência e também da filosofia propriamente dita. E por estarem também à margem do esoterismo com suas pseudo-ciências, ou "ciências" marginais, diria existir hoje uma lacuna imensa a denunciar uma falácia na conceituação do método científico e/ou de uma evolução do conceito milenar de ciência para o que hoje convencionamos chamar por ciência. Não por outro motivo os cientistas das áreas sociais vivem à margem do método científico dos cientistas naturais e/ou a propalarem a não unicidade do método científico.

Em meio a isso tudo, existe ainda a epistemologia, por muitos considerada "teoria do conhecimento" e que sob certos aspectos engloba a filosofia da ciência. Mas a epistemologia não foi criada para preencher esta lacuna mas, quando muito, para, dentre outros assuntos, estudá-la. Parece-me que uma teoria do método científico seria um capítulo da epistemologia, pois retrata as vias perseguidas pelos cientistas ao produzirem conhecimento. Embora não conheça nenhum epistemólogo que estude o princípio unificante da filosofia oriental, acredito que o mesmo enquadre-se também na epistemologia, pois vejo-o como uma bússola que chegou a orientar os cientistas orientais antigos em seus estudos. É sob esse aspecto que vejo um certo parentesco entre a tgbd e o princípio unificante. Não sei se poderia dizer que o princípio unificante é uma "teoria epistemológica". Também não sei dizer até que ponto a epistemologia seria uma ciência (a meu ver não seria no caso de delimitarmos a ciência pelo método científico aceito na atualidade pelos cientistas naturais). De qualquer forma, vejo um componente metafísico muito forte no estabelecimento do princípio unificante e talvez isso tenha me levado a raciocinar no sentido de enxergar a tgbd como uma teoria metafísica.

Em resumo: É possível que a tgbd não seja uma teoria metafísica. Por outro lado, e seguindo-se uma visão estritamente positivista ou mesmo neopositivista, a tgbd não é, a meu ver, uma teoria científica, o que não significa que não possa vir a ser no futuro, ao redefinirmos a ciência. Há que se valorizar também a opinião do Jocax ao questionar não apenas a utilidade da teoria (o que me referi acima como bússola a orientar o cientista, e cujo outro exemplo é a navalha de Occam) como também se, ao invés de teoria, não se prestaria como mais um sistema classificatório de condutas e/ou fenômenos científicos.

Claudio: Vejo sempre nestas investidas a intenção de diminuir a TGBD, talvez num comportamento emocional, pois quem a assim a define, não consegue rebate-la, e daí ficam tentando dar uma rasteira ou um golpe baixo.

Infelizmente está é uma conduta comum no Olimpo Acadêmico. Sob esse aspecto tenho notado que a ciencialist nos dias atuais tem se mostrado muito mais tolerante do que as academias.

Claudio: Já falei aqui e repito, em letras bem grandes, para ver se essas pessoas alteram seus posicionamentos: O IMPORTANTE NÃO É SE SABER SE A TGBD É CIENTÍFICA OU METAFÍSICA, E SIM SE É VERDADEIRA OU NÃO. ESTA É A QUESTÃO QUE INTERESSA. O RESTO NÃO TEM PRESSA.

Concordo. E acrescentaria também a colocação do Jocax sobre a utilidade da tgbd. Enfim, todos esses questionamentos serão depurados pelo tempo. O importante é que venham à tona.

[ ]'s
Alberto


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