Apresentação de teoria na Ciencialist


ecc framesCiencialist- Novembro de 2000

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Msg 6859
From: "Alberto Mesquita Filho"
Sent: Wednesday, November 15, 2000 3:31 AM
Subject: [ciencialist] Quatro em uma

Caros amigos ciencialisteiros

Para não me tornar redundante e até mesmo cansativo para vocês, pois ultimamente tenho respondido a muitas msgs, vou responder a quatro msgs em uma só.

Tarcísio Borges (14/11/00):

Mas não seria então este um lugar para que ele mesmo desse uma breve explicação sobre suas teorias?

Por mim seria ótimo. Se ninguém chiar, procurarei atender a sua sugestão. Obviamente, terei que pinçar aspectos interessantes, apresentá-los e, a seguir, aguardar um feedback, pois caso contrário isso vira um curso a distância sem controle e, neste caso, o Web Site está melhor do que o que poderei aqui apresentar. A vantagem de trazer a teoria para cá seria podermos discuti-la.

Tarcísio: Imagino que muitos novatos da lista também se interessariam.

Isso é uma arma de dois gumes. Lembro que muitos novatos estão prestes a enfrentar um vestibular e a minha teoria até prova em contrário é alternativa. Isso também poderá comprometer a minha exposição pois terei que pontuá-la de advertências. Por outro lado, terei também que apresentá-la sem muitos recursos de cálculo e/ou de figuras. Por um lado, posso dar o URL das fórmulas e/ou figuras que estão no formato gif. Mas por outro, não posso avançar muito no cálculo sob pena de afugentar os leitores. Enfim, esse é um abacaxi que terei que descascar. Não sei se :-( ou :-).

Tarcísio: Também creio que o assunto já tenha sido discutido anteriormente. Se sim, uma indicação do link seria de grande ajuda.

A teoria propriamente não. Já avancei muitos aspectos particulares da mesma mas nunca como a teoria e sim chamando a atenção para a existência de novas saídas que não as tradicionais. Por outro lado, e como já me referi, sempre que tento falar alguma coisa sou puxado para justificar "hipóteses" que não assumi em minha teoria, como por exemplo a constância da velocidade da luz, a carga elétrica do elétron, o spin quântico, a incerteza, etc. E a partir daí evoluímos para a discussão sobre a física moderna, eu atacando, alguns defendendo e a maioria assistindo de camarote.

Quanto à indicação do link dependerá do aspecto escolhido para a abordagem. A teoria é muito extensa e na realidade relaciona-se ao que chamaria "a natureza íntima da matéria". Porém, a parte que está melhor axiomatizada é aquela relacionada ao eletromagnetismo e, em segundo lugar, à termodinâmica. Se formos começar pelo eletromagnetismo posso sugerir dois links, um para os que dominam o cálculo e outro para os leigos no assunto. O primeiro seria Sobre a Natureza Físico-Matemática do Elétron e o outro seria A teoria do porco espinho a partir da msg 2842, a sexta da página web. Percebam que não vai ser fácil compatibilizar os dois artigos, mas o problema é meu. :-(. Poderíamos também começar pelas hipóteses básicas, mas este é um problema que terei que resolver.

Jocax (14/11/00):

EU APOIO !! Poderemos trabalhar todos juntos nas idéias do Alberto !!

Eu sabia que poderia contar contigo. risos. Só não espere que após isso eu venha a escrever o Evangelho jocaxiano. risos

Jocax: Na verdade as ideias NUNCA foram discutidas aqui em profundidade.

Realmente. Não é do meu feitio impor minhas idéias a ninguém. Se alguém quiser entrar no meu barco, previno que ele pode estar furado mas acredito que dá para chegar no destino.

Jocax: O Alberto poderia expor os BÊ-Á-BÁS de sua teoria DESDE O INICIO, e todos amigavelmente, poderíamos discutir cientificamente suas idéias. E se nos convencer ele será promovido de Alberto para Albert o "EINSTEIN Brasileiro" risos

Gostei do amigavelmente. risos. Quanto ao Einstein brasileiro diria que a vaga está ocupada e não pretendo tirá-la do Adriano. risos

Palhares (14/11/00):

Também concordo, é bom de vez em quando na lista um assunto ser discutido por inteiro e por todos.

Alberto: Grato pela adesão, ainda que isso aumente a minha responsabilidade. risos

Eduardo (15/11/00):

A propósito, teria curiosidade de ver suas teorias expostas mais claramente na lista. Não consegui entender várias coisas quando fui no seu site.

Alberto: Tentarei. Grato também pelo interesse.

Eduardo: Tudo me pareceu um pouco confuso, gostaria que você deixasse claro, se possível, o que sua teoria prevê que outras não prevêem, ou erram, e como se usa a sua teoria na resolução de problemas.

Começarei parafraseando Faraday: "Para que serve uma criança ao nascer"? Enfim, como a teoria está já com 17 anos, diria que ela já faz algumas previsões que falseariam outras teorias. Essas coisas surgem com o tempo e o tempo não tem sido meu aliado pois estou sozinho desde que abandonei as idéias consensualmente aceitas no Olimpo Acadêmico.

Não sei o que seria um problema para você. Se me pedir que calcule a carga elétrica de um elétron diria que independente dos dados que você apresente será impossível calculá-la pela minha teoria simplesmente porque um elétron, pela minha teoria, não está dotado do que chamamos carga elétrica. O campo desse elétron é totalmente diferente do campo coulombiano e os efeitos de um campo, mesmo coulombiano, sobre um elétron, não são equivalentes ao efeito que seria apresentado por uma carga elétrica maxwelliana (um conjunto de elétrons dispostos caprichosamente no espaço). Por outro lado, se aceitarmos a minha teoria como verdadeira, poderei construir problemas que as demais teorias não conseguiriam resolver. Isto não significa nada. Isto seria matemática, não física.

Enfim, com os argumentos acima esboçados, posso lhe apresentar um problema interessante: Encontre a solução para o campo de uma partícula que ao ser integrado para uma esfera (partículas dispostas na periferia da esfera) nos leve à lei de Coulomb e ao ser integrado para um cilindro (partículas trafegando pelo cilindro) nos leve à lei de Biot-Savart (e, daí, à lei de Ampère). Obs.: Esta partícula isolada não gera nenhum dos campos assinalados mas um campo totalmente diferente e de simetria não esférica.

Conhece alguma teoria que resolva este problema? Conhece algum artifício matemático capaz de levá-lo a uma solução?

Esta é para o Jocax (e acredito que a maioria dos ciencialisteiros entenderá o porquê): Com um único campo, chego a duas leis de Maxwell. Responda depressa: Qual das duas teorias é válida: a de Maxwell ou a minha? :-))

E esta é para toda a galera: Se ninguém chiar começarei a apresentar minha teoria provavelmente amanhã (16/11/00). Se acharem que a coisa está muito chata é só avisar e recolher-me-ei a minha insignificância. Se após iniciar a apresentação perceber, pelo silêncio geral, que não estou "emplacando", idem.

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Msg 6866
From: "Alberto Mesquita Filho"
Sent: Wednesday, November 15, 2000 9:15 PM
Subject: [ciencialist] Consideracoes sobre o eletromagnetismo

 

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE O ELÉTRON E O ELETROMAGNETISMO

Alberto Mesquita Filho

Para dúvidas, emendas, considerações, críticas, debates, quebra-paus, etc, favor atender a solicitação do Luiz. Não reproduzam toda esta mensagem mas apenas os tópicos que se fizerem necessários. Lembro que as mensagens estão sendo escritas no dia-a-dia e portanto não estão sendo sujeitas a uma correção rigorosa. Portanto, não interpretem esta mensagem como um artigo de revista e/ou de anais de congresso.

O elétron, do ponto de vista clássico, é visto como uma partícula a partir dos estudos de Thomson com raios catódicos, efetuados no final do século XIX (1897). Anteriormente a Thomson existiam as leis da eletrólise de Faraday a sugerirem uma interpretação corpuscular para os fluidos elétricos da teoria de Maxwell. Tratava-se no entanto de uma idéia apenas abraçada por alguns químicos e poucos físicos da época.

Ainda que a teoria de Maxwell tenha sido desenvolvida totalmente aceitando-se a idéia de fluidos elétricos, onde a ênfase principal residia na opção pelas teorias de "dois fluidos" vs as teorias de "um único fluido" (isto está bem descrito no Tratado Sobre Eletricidade e Magnetismo, de Maxwell), ao que parece a descoberta de Thomson não chegou a propiciar nenhum estudo na tentativa de que se promovesse a adaptação da teoria de Maxwell para uma teoria de campos gerados por partículas e não por fluidos. Ainda hoje estuda-se nas universidades esta teoria totalmente apoiada na idéia de fluidos, ainda que admita-se que tais fluidos seriam compostos por "quantas clássicos" de volume e de carga elétrica,  a que chamamos elétrons. Ou seja, um elétron pode ainda hoje ser pensado como a unidade indivisível dos fluidos elétricos. A esse respeito, a única restrição que a descoberta de Thomson chegou a fazer ao eletromagnetismo foi impedir a redução do volume e/ou da carga de um fluido elétrico para valores inferiores ao da partícula então descoberta. E, com efeito, o elétron é tão pequeno em termos de volume e/ou de carga que podemos sossegadamente lançar mão de elementos infinitesimais do fluido elétrico sem que isso traga prejuízo algum para a matemática do eletromagnetismo de Maxwell. Persistem então as densidades de carga e de corrente, linear, superficial e volumétrica, a mostrarem que a teoria dos fluidos elétricos de Maxwell, com pequenas adaptações, é com efeito a mesma que aprendemos hoje sob o título Eletromagnetismo.

Alguns avanços ocorreram no início do século XX e não poderia deixar de citar a teoria dos "fluidos incompressíveis" de Drude (1900) e Lorentz (1909), a tratar um agrupamento de elétrons, já assumido como partículas, como sendo um "gás de elétrons". De uma maneira sutil, miscigenou-se a idéia de partícula com a idéia de fluidos, a exemplo do que é feito, com sucesso diga-se de passagem, do ponto de vista macroscópico, em mecânica dos fluidos. Da mesma forma que em mecânica dos fluidos podemos falar em densidade volumétrica, em eletrodinâmica dos fluidos podemos falar em densidade de carga e/ou de corrente elétrica. Mas... Será que podemos inferir daí considerações microscópicas a respeito deste hipotético fluido? Percebam que a mecânica dos fluidos não nos leva a suposição alguma sobre a constituição da molécula, por exemplo, da água. Apoiado em que argumentos poderíamos então afirmar que o elétron é idêntico a um elemento de volume de um "fluido" elétrico? Certamente não deve ser e, arriscaria a dizer, com uma chance de erro que estimo em um em um milhão, que não é. Mas não é isto o que se admite ainda hoje. Ainda hoje aceita-se este reducionismo. E no que ele redundou?

Ainda no início do século XX percebeu-se que a teoria dos fluidos elétricos de Maxwell não se compatibilizava com este reducionismo. Não vou me referir à catástrofe do ultravioleta pois isto relaciona-se com as ondas eletromagnéticas e estas com os campos da teoria de Maxwell. Se bem que exista um porquê aparentado, deixemos os campos de lado por ora, e com eles estas falácias; e pensemos apenas nos agentes geradores dos campos, os fluidos de Maxwell e/ou as partículas de Thomson. É de se notar que no modelo atômico de Thomson existe ainda um fluido positivo no qual se assentavam suas partículas negativas (modelo em pudim de passas).

Na segunda década do século XX, e a partir da experiência de Rutherford, interpretada por Bohr, chegou-se à natureza nucleada do átomo, com os elétrons dispostos numa eletrosfera. Não obstante, a idéia de "cargas" negativas orbitando uma "carga" positiva era totalmente incompatível com a teoria dos fluidos elétricos de Maxwell. Em particular, elementos de volume de fluidos negativos (supostos elétrons) orbitando um fluido positivo (núcleo), deveriam emitir ondas eletromagnéticas, pois um fluido elétrico acelerado assim o faz pela teoria dos fluidos eletromagnéticos de Maxwell. Isto incompatibilizava a idéia de elétrons fluidos orbitando um núcleo, pois corpos em órbita estão sempre sujeitos a acelerações centrípetas. Ou seja, a teoria de Rutherford foi outra dentre as que falsearam a teoria dos fluidos elétricos de Maxwell.

A esse respeito, em 1913 Oseen escreveu a Bohr: "... Como muito bem sabe, a sua teoria levanta várias questões de diferentes espécies. Uma é, evidentemente, a questão dos espectros. Outra é a de saber como deverá ser modificada a teoria de Maxwell-Lorentz para que um átomo do tipo que propõe possa existir. É principalmente com esta última questão que tenho estado ocupado. Até aqui só posso dizer que cada vez vejo melhor quão profunda deverá ser essa modificação. Mas creio que é necessária."

Pergunto: Alguma modificação significativa ocorreu na teoria de Maxwell-Lorentz desde então? Se sim, porque ainda se estuda a teoria dos fluidos elétricos de Maxwell sem tais modificações? Sim, concordo, existe a física quântica... Mas... a física quântica substituiu a teoria de Maxwell? Por outro lado, alguém já pensou na evolução da eletrodinâmica dos fluidos clássicos para uma eletrodinâmica clássica a apoiar-se no conceito de partículas clássicas?

Na terceira década do século XX Stern e Gerlach (1924) observaram experimentalmente uma dualidade no comportamento de átomos de hidrogênio lançados num campo magnético. Alguns desviavam-se no sentido do polo norte e outros no sentido do polo sul. Outro efeito não explicável, até então, pela teoria de Maxwell. Dois anos após Uhlenbeck e Goudsmit tentaram explicar o espectro da luz emitida por átomos contendo um único elétron admitindo que este elétron girasse. Não demorou muito para que se tentasse explicar a experiência de Stern e Gerlach como decorrente deste giro do elétron.

Deixemos as considerações sobre o spin, da física quântica, para os quânticos. Se estamos pensando em evoluir para uma eletrodinâmica clássica a apoiar-se no conceito de partículas clássicas, e se a experiência ¾que não é clássica nem moderna mas é simplesmente uma experiência¾ nos mostra que muito provavelmente o elétron gira...! Pergunto: Uma partícula que não apenas gera campos eletromagnéticos, mas que também responde aos mesmos e, além disso, gira...? E mais: dotada de um giro que acabou sendo suspeitado e/ou descoberto graças a seu comportamento num campo magnético... Será que este giro não estaria também relacionado à gênese de seus próprios campos? Será que os campos elétricos e magnéticos não seriam gerados por partículas que giram e pelo fato de girarem?

Um pião gira e produz um campo de velocidades capaz de agir sobre outro pião. Um navio pode ser movido graças a um cilindro girante, desde que esteja situado num campo de velocidades (vento). Ou seja, um campo de velocidades da mecânica dos fluidos pode ser pensado como um campo de forças, desde que os elementos de prova sejam partículas que giram (vide Similaridades entre campos de velocidade e o campo eletromagnético). Não seriam os efeitos eletromagnéticos devidos a alguma coisa análoga a estes efeitos observados em campos de velocidade? E não seriam partículas girantes (giro clássico), como os elétrons, os responsáveis pelos fenômenos eletromagnéticos?

Mas se o elétron é uma partícula que gira e, em virtude de girar, gera e responde a outros campos semelhantes...! Este campo gerado pelo elétron não pode ter simetria esférica!!! Que outra simetria iria se esperar que não a cilíndrica? Mas, como explicar que uma partícula que gera um campo eletromagnético de simetria cilíndrica, ao se agrupar com outras semelhantes e entrar na constituição do que chamamos cargas elétricas, dê como efeito resultante um campo de simetria esférica (campo de Coulomb de uma carga elétrica esférica). E como explicar que em determinadas situações esse campo recupera a sua natureza cilíndrica porém agora assumindo outras características (campo magnético)?

Por hoje é só. Continuarei no próximo número e com outro título. Para os que gostaram e não têm conhecimentos de cálculo (os demais também) sugiro que até lá leiam A teoria do porco espinho, em especial a partir da msg 2842 (a sexta de cima para baixo). Os demais poderão curtir a leitura do artigo Sobre a Natureza Físico-Matemática do Elétron.

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Msg 6907
From: "Alberto Mesquita Filho"
Sent: Friday, November 17, 2000 5:41 PM
Subject: [ciencialist] Apresentando a teoria

APRESENTANDO A TEORIA

Alberto Mesquita Filho

Teoria é um conjunto de hipóteses, coerentemente interligadas, tendo por finalidade explicar, elucidar, interpretar ou unificar um dado domínio do conhecimento. Comecemos então por este último aspecto, passando a seguir para as hipóteses.

1 Domínio do conhecimento

A que domínio do conhecimento pertence a teoria que estou pretendendo aqui apresentar? Nos preâmbulos (msg 6859) cheguei a dizer que a teoria a ser apresentada é abrangente e relaciona-se à natureza íntima da matéria. Não obstante, iria começar pela parte melhor axiomatizada e, na primeira mensagem (6866), tentei evoluir por esta linha, tecendo então considerações históricas sobre o que chamei "teoria dos fluidos elétricos de Maxwell". Podemos então, por ora, situar a teoria, ou esta parcela a ser apresentada, como relativa ao eletromagnetismo.

Aliás, devemos tomar certos cuidados ao falarmos em domínio de conhecimento de uma teoria. Para alguns, a teoria de Maxwell, que sabemos não ser apenas de Maxwell, mas é assim que ela é conhecida nos meios universitários, seria uma teoria de campos. Creio que Maxwell não concordaria muito com esta classificação pois no prefácio da edição de 1873 do Tratado em que apresenta a teoria chega a subdividi-la em três partes principais, além de outras subdivisões. Durante todo o transcorrer de seu discurso deixa também transparecer que sua teoria é muito mais do que uma simples teoria de campo. Diria então que existe uma "teoria" de Maxwell e existe uma "disciplina" dos cursos atuais de física, chamada Eletromagnetismo, ou algo equivalente, e que começa pelas equações de campo da teoria de Maxwell. Não obstante, para que o aluno adquira o direito de cursar esta "disciplina de campo", num curso normal de física, ele deverá aprender o bê-á-bá da "teoria de Maxwell" em disciplinas outras, pré-requisitos para a primeira citada.

Com grande freqüência chego a ser interrogado sobre como classificaria este componente eletromagnético de minha teoria. Seria uma teoria de campo? Seria uma teoria sobre elétrons? Seria uma teoria eletromagnética? Seria uma física de partículas elementares? Seria uma teoria relativista clássica?... Ainda que julgue importante este esclarecimento, não sei em que é que isso afetaria a crítica em si mas parece-me que os críticos não pensam assim. Como estou prestes a apresentar aqui as hipóteses da teoria, creio ser esta uma boa hora para esclarecermos este ponto.

A considerarmos as opiniões de terceiros, as poucas vezes que minha teoria chegou a ser classificada na Internet, ela foi citada ou junto a outras teorias relativas a física de partículas elementares ¾por exemplo, Weburbia, do Reino Unido (no momento com as páginas de teorias alternativas desativadas) e Borderlands of Science, da Alemanha, em pleno funcionamento (neste último a minha teoria é citada na página Teilchenphysik)¾ ou então na categoria eletromagnetismo ¾Theoretical Physics (EUA) ou Ecos da Ciência (site desativado - Portugal).

Não obstante, costumo dizer que a minha teoria relativa ao elétron nada mais é senão uma teoria de comunicação. Relaciona-se à comunicação entre partículas elementares responsáveis pelo que chamamos efeitos elétricos e magnéticos. E por ser uma teoria de comunicação, deve comportar hipóteses relativas aos seres que se comunicam (emissor e receptor), bem como ao agente da comunicação (informações, no caso eletromagnéticas) e à maneira como esse agente ou esta informação é emitida e como trafega pelo espaço entre o emissor e o receptor. Qualquer tentativa de chamarmos partes desta teoria como estudo de campos, não apenas retrata uma certa artificialidade ¾pois a informação pode ser pensada como algo concreto, mesmo quando não a conhecemos, enquanto o campo é uma entidade abstrata e/ou artefactual (na realidade é um construto de alto nível)¾ como também representa uma simplificação desnecessária. Não obstante, e para efeitos práticos ¾haja vista que a teoria da informação e/ou da comunicação ainda é uma criança na seara dos físicos, conforme citado por Schenberg (Pensando a Física)¾ podemos dizer que a teoria relaciona-se, dentre outras coisas, tanto com o estudo de campos, quanto com o eletromagnetismo (pensado como um todo e não puramente como disciplina) e com a física de partículas.

2 Hipóteses básicas

Dizem os teóricos da teorização que as hipóteses de uma teoria devem ser simples e em número reduzido. Tanto melhor estará a teoria axiomatizada quanto mais atender a esses dois requisitos. Uma teoria de comunicação entre seres semelhantes (por exemplo, elétrons/prótons) deve, a meu ver, ter pelo menos 4 hipóteses:

  • Uma hipótese relativa aos seres que se comunicam, incluindo, se possível, dados relativos à estrutura geradora do que será comunicado (hipótese 1);

  • havendo uma ação a distância, uma hipótese relativa à emissão e ao meio situado entre os seres que se comunicam (hipótese 2);

  • uma hipótese relativa ao agente do que é comunicado (ou emitido) e a como ele se apresenta neste meio intermediário (hipótese 3);

  • uma hipótese relativa à recepção ou a como o agente do que é comunicado exerce sua ação (hipótese 4).

As hipóteses estão em página web assim como comentários sobre as mesmas. Abaixo elas estão ligeiramente simplificadas e com comentários outros e de maneira bem reduzida. Tais hipóteses são:

  • H-1 ¾ O Elétron Matemático: O elétron (próton) pode ser representado matematicamente por sua posição P, em relação a um dado referencial, e por um vetor w, estando este último relacionado à estrutura interna do elétron (próton).

Alguns comentários sobre críticas já recebidas não só aqui na Ciencialist como também em outros locais e que relacionam-se com o conteúdo de H-1:

Não há como compatibilizar esta hipótese com a física moderna. Logo, não esperem encontrar nada de física moderna em minha teoria. É incrível a falta de percepção de alguns críticos que mesmo após aceitarem para discussão a hipótese acima apresentada tentam me convencer, por outras vias, que a teoria que apresento vai contra a física quântica. Outros chegam a dizer que o vetor w, que afirmo estar relacionado à estrutura interna do elétron sem me comprometer excessivamente, pelo menos nesta etapa, com o que seria a estrutura íntima deste elétron, não poderia significar um giro do elétron pois isso não seria permitido pela física quântica. E gastam seu português, e também seu inglês, tentando me convencer que o spin da física quântica não significa giro e nem poderia ser representado por um vetor, pois é uma grandeza spinorial. E eu com isso? Tudo bem, se estiverem afim de aparecer e acharem que é bonito mostrar para os outros que conhecem física quântica, exponham aqui na Ciencialist e/ou em outros locais da Usenet seus conhecimentos, mas não passem por ignorantes em lógica e/ou em metodologia científica.

  • H-2 ¾ O Elétron Emissor: O elétron (próton) emite, para o espaço circunvizinho, informações eletromagnéticas, as quais polarizam este espaço.

Seria interessante enfatizar que informação eletromagnética não é sinônimo de onda eletromagnética. Por outro lado, estou aqui assumindo a existência de algo totalmente diferente do éter dos físicos do século passado. Ou seja, estou assumindo a existência de alguma coisa "imaterial" a se propagar no espaço vazio. Mas isso não seria um éter pois o éter seria o meio e não o que se propaga no meio; e este meio seria um nada, ou seja, meramente o espaço. Portanto, na minha teoria, a existência do éter não é postulada ¾não digo que não exista, digo apenas que parece ser um meio totalmente desnecessário.

Essa idéia de entidade imaterial propagando-se pelo vazio e simulando um campo de forças é de Newton e foi abandonada por seus seguidores e substituída pela malfadada "ação à distância não intermediada por nada", coisa que muitos aceitam ainda hoje, admitindo-a erroneamente como algo proposto inicialmente por Newton (dogma de Cotes, conforme apontado por Maxwell).

Esta hipótese 2 parece-me, por si só, ser incompatível com a teoria da relatividade moderna. Portanto não esperem que minha teoria compatibilize-se com a teoria da relatividade de Einstein, nem com nenhuma outra de suas sucedâneas (alternativas ou não).

  • H-3 ¾ A Equação do Elétron: O espaço polarizado por um elétron (próton), localizado num ponto P, manifesta-se através de um campo vetorial A cujo valor, em cada ponto Q, depende de w e da distância r entre P e Q, ou seja, A = A(w, r), e r > ε, sendo ε o raio matemático do elétron

Esse A não tem nada a ver com o meu nome, ao contrário do que alguns têm imaginado. O problema é que no futuro este A poderá ser interpretado (com muito cuidado) como um caso ultra-particular do chamado vetor potencial magnético que foi batizado por A não sei por quem. Este vetor potencial é uma grandeza gauge, ou seja, pode ser calibrado convenientemente. Na minha teoria não existe a calibração, portanto não é nem gauge nem potencial (ainda que dotado de características semelhantes a um potencial ¾vide H-4). O vetor A de minha teoria tem um valor único (no ponto considerado), bem definido e estimável experimentalmente. Aliás, a hipótese meramente diz que A é função de w e de r. Qualquer nova afirmação a respeito deverá vir da interpretação de dados experimentais.

  • H-4 ¾ O Elétron Sensor: O elétron (próton) localizado num campo A de outro(s) elétron (próton)(s), graças a sua estrutura interna, é sensível a variações direcionais de A.

Por variações direcionais de A entenda-se como A varia nas vizinhanças do ponto considerado. Para os que entendem de cálculo, seriam as derivadas direcionais.

Não é demais reproduzir aqui o que relatei no Web Site logo após a citação das hipóteses: As hipóteses 1 a 4 constituem, como veremos, um conjunto necessário e suficiente de enunciados destinados a alicerçar uma teoria eletromagnética coerente com a realidade física. Qualquer afirmação adicional deverá decorrer diretamente de dados observacionais. Desta forma, não suporemos como variantes, nem invariantes, conceitos como massa, tempo, velocidade, etc. Por exemplo: Ao dizer que as informações eletromagnéticas propagam-se a uma velocidade c estarei simplesmente querendo dizer que as informações eletromagnéticas propagam-se a uma velocidade c, nada mais, nada menos. Nenhuma suposição será feita sobre o possível comportamento de c e que não decorra diretamente da experimentação.

A teoria em si está apresentada. Daqui pra frente posso assumir várias direções ¾procura da equação do elétron, ou seja, decifração da equação A = A(w,r), tentativa de caracterizar morfologicamente o elétron e/ou o campo do elétron, decifração da estrutura atômica no que se refere ao conjunto elétron-próton, previsões, etc.¾ mas não tenho mais liberdade alguma a não ser interpretar as experiências à luz das hipóteses apresentadas (sem a adição de hipóteses "ad hoc"), verificando, inclusive, possíveis falseamentos já efetuados e/ou chegar a previsões a sugerirem novas experiências.

Estou à disposição dos interessados, se é que ainda existem, para que me norteiem quanto à evolução da apresentação. Uma boa opção seria formularem perguntas ou exporem dúvidas referentes ao que já foi apresentado. Não garanto responder a todas mas poderei com esses dados traçar uma rota a ser seguida. Obviamente, aqueles que não estiverem dispostos a aceitar ¾nem que seja apenas provisoriamente e/ou sob uma conotação crítica¾ uma que seja dessas hipóteses, simplesmente pelo fato delas ferirem seus dogmas religiosos, será perda de tempo continuar. Podemos, sim, tentar falsear as hipóteses, mas seguindo o método científico, não os cânones acadêmico-religiosos.

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Resposta à mensagem 6909:

Msg 6914
From: "Alberto Mesquita Filho"
Sent: Saturday, November 18, 2000 2:23 AM
Subject: Re: [ciencialist] Apresentando a teoria

Olá, Eduardo

Eduardo (17/11/00):

Contradizendo a mim mesmo (msg 6869), retomo a discussão de maneira mais resumida. Como a sua, há outras milhares de teorias sobre tudo que pipocam nas universidades do Brasil e do mundo.

E que mal há nisso?

Eduardo: Por que então escolhem umas teorias e não outras? Certamente não é por causa do Kuhn ou do Popper.

Certamente não. Não obstante, tenho visto muitas críticas a teorias outras que não as minhas. Percebe-se que um bom crítico normalmente é um excelente conhecedor de filosofia da ciência e de metodologia científica, além de outros assuntos. Como percebi que você gosta de criticar, cheguei a sugerir que aprenda coisas que você insiste em desconhecer.

Por outro lado, existem muitos jovens como você que se metem a criticar abstracts. Certa vez postei um abstract de outro autor no uol.ciencia e um gaiato que fazia pós-graduação em física caiu de pau dizendo um monte de asneiras. Mostrei a ele, então, que o autor não havia cometido nenhum dos absurdos que ele havia criticado. E ele foi obrigado a colocar o rabo entre as pernas. Parece-me que você também tem esse costume e isso não é bom. Um dia você vai se dar mal e certamente não será comigo pois eu não vou cair na sua esparrela.

Eu sei que não é possível ler tudo o que se publica em física e acho excelente que existam abstracts. Mas já que você gosta de aparecer, e a Ciencialist não deixa de ser um local razoável para o seu intento, procure pelo menos ler um pouquinho mais daquilo que você tenta despersonalizar, sem ter conhecimento algum. Ou então exponha temas que domina. E diria mesmo, sem querer ofendê-lo, e já que você gosta de ser crítico, que seria bom você estudar um pouquinho mais os capítulos introdutórios das disciplinas que você julga conhecer, e até mesmo os prefácios. Não é fácil ser crítico e nem mesmo chega a ser uma tarefa devidamente reconhecida e/ou gratificante. Não obstante, precisamos de críticos e você pelo menos tem a vontade de criticar, o que já é um começo.

Eduardo: Eu sei que, pelo volume apresentado, você deve ter perdido muito tempo em seus delírios. Se argumentos experimentais não valem, 100 anos de testes (medidas, o spin quantizado é uma medida independente da teoria) em física não valem para você que coloca próton e elétron no mesmo barco.

Meus delírios costumam me fazer muito bem. Creio que o mesmo não está ocorrendo com os demais ciencialisteiros mas, como deixei claro no início desta série, não é impossível que a mensagem anterior tenha sido a última a respeito, pois estou sentindo que não estou agradando. Quanto a você, parece-me, pelo estilo adotado, que este tipo de diálogo não deve estar lhe fazendo bem. Cuidado! Você ainda é jovem mas a persistir neste caminho isto poderá no futuro lhe trazer problemas sérios de saúde.

Quanto ao tempo perdido, não se incomode. Sou um cientista amador e minhas teorias não são financiadas pelo governo e portanto não saem do seu bolso. Quanto aos 100 anos citados, estou pensando seriamente em aderir à física de Aristóteles, pois chegou a ser testada por mais de um milênio. risos

Percebe-se ainda que você certamente não leu a mensagem que está criticando. Caso contrário teria notado que não discuti as hipóteses mas deixei-as para que refletissem sobre as mesmas e apontassem possíveis dúvidas. Indiquei também a página Web onde comento as hipóteses, para o caso de algum crítico, não tão afoito como você, poder se ilustrar a respeito do tema antes de combatê-lo com desconhecimento de causa. Se você tivesse se dado ao luxo de seguir o primeiro desses links teria lido o seguinte: "Nos capítulos subseqüentes utilizarei a linguagem operacional adotada para as hipóteses 1 a 4. Convém, no entanto, justificá-las fisicamente. Para tanto, nos comentários apresentados nos itens a seguir (2.3 a 2.6), referir-me-ei a elétron como um e/ou outro elemento do par elétron-próton; e ainda que elétrons e prótons difiram, substancialmente, por propriedades outras alheias ao eletromagnetismo, salvo disposição em contrário, manterei esta regra nos capítulos que se seguem."

Como você demonstra sequer saber a que domínio do conhecimento estou me referindo, obviamente estou, a seu ver, confundindo elétrons com prótons. Seja então um pouquinho menos grosseiro e questione-me, sem fazer acusações infundadas, porque estou misturando, numa mesma hipótese, elétrons e prótons, que aparentemente são coisas bastante diferentes.

Eduardo: Que considera  spin como giro da partícula, interessante que partículas neutras (nêutron, neutrinos) têm spin portanto, segundo sua "teoria" gira não interagem eletromagneticamente mas não é o "giro" que produz eletromagnetismo?

Você não leu o que escrevi. E, não obstante, está assumindo conclusões suas como sendo minhas.

Eduardo: Se você discorda de todas as críticas recebidas,...

Até agora não recebi crítica nenhuma. É muita pretensão sua assumir como crítica um conjunto de afirmações vagas. Como disse acima, você pode ter muita vontade de ser crítico mas por enquanto é só o que vejo.

Eduardo: ...divulgue seus trabalhos no meio científico de fato. Escreva artigos objetivos com erros nas teorias anteriores e correções da sua. Todos os gênios incompreendidos do mundo o fizeram.

Já comentei o que penso a respeito aqui na Ciencialist. Não vou me repetir. Também não vou procurar os links pois já percebi que você não está interessado em saber o que penso.

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Msg 6954
From: "Alberto Mesquita Filho"
Sent: Tuesday, November 21, 2000 6:59 AM
Subject: Re: [ciencialist] Apresentando a teoria

Caro Eduardo

Perdoe-me se o feri em demasia. Em minha vida acadêmica aprendi a combater com palavras e deixei isso claro em nosso primeiro contato (msg 6843), logo após lhe dar as boas vindas. Disse que seria combativo, se necessário fosse. E isto porque acreditei estar a frente de alguém de valor e disposto a me criticar (sua msg 6835). Talvez você tenha interpretado como ofensa a minha afirmação de que estaria aceitando a constância da velocidade da luz como um dogma. Enfim, é como eu via a sua crítica inicial e relendo-a ainda mantenho esta visão, mesmo sem dotá-la de nenhum caráter pejorativo, o que provavelmente talvez não tenha ficado claro na ocasião, pois pouco nos conhecemos. A partir daí fui sequencialmente considerado 1) ingênuo (msg 6847), e aceitei minha ingenuidade (msg 6855); 2) confuso (msg 6857), quando ignorei o termo e agradeci o interesse por minhas teorias (msg 6859); 3) de ter criado uma teoria do nada (msg 6869); 4) de não ter sido humilde (msg 6869); 5) de apresentar delírios megalomaníacos (msg 6869). Em resposta, aproveitei um gancho seu e saí-me com essa (msg 6881): "Já esperava por isso. Como não haverá respostas, deixarei o dito pelo não dito e não comentarei suas observações (a maioria das quais já comentei aqui na Ciencialist)."

Em 17/11/00 (msg 6909), não satisfeito, você retornou a carga, quase que em atitude de desforra por eu ter ignorado sua msg anterior (msg 6869). Sinceramente, o que esperava que eu fizesse?

Eduardo (21/11/00):

Você tem o direito de discordar de qualquer coisa que eu diga mas apelar para o meu desmerecimento é triste,...

Pelo contrário. Minha rigidez costuma ser diretamente proporcional ao respeito que costumo devotar por meus adversários. E foi você quem deu o estilo de adversidade. Julguei-o, sim, afoito. E, em decorrência disso, de ignorar o domínio de conhecimento a que estava me referindo.

Eduardo: ... me faz pensar que alguém com o seu poder e na sua posição seja avesso a críticas de "crianças" como eu. Também me impressiona como alguém que se auto-intitula poeta, cientista, romancista e médico em seus artigos...

Não me parece que você seja criança, com ou sem aspas. Jovem, sim, mas sempre tive um respeito muito grande pelos jovens. Por outro lado, não confundo humildade com passividade. Não sei o que é que seria de um físico passivo; um médico e/ou um educador seria o caos. Os jovens que me conhecem sabem me enfrentar e não raramente me vencem. E isto faz parte não só do aprendizado deles mas também do meu. Afinal, não tenho tanto poder assim. Por outro lado, procuro não misturar minha participação na Ciencialist com minha vida profissional. Aqui eu sou mais eu, e gosto de ser assim, ainda que minha última mensagem endereçada a você tenha me deixado profundamente triste.

Eduardo: ... e se considera um dos poucos teorizadores sérios do Brasil,...

Se sou ou não um teorizador sério não me cabe responder. O que posso dizer é que o "academicismo brasileiro bloqueia a criatividade" (e essa frase não é minha mas de um dos maiores físicos brasileiros, talvez o maior: Mário Schenberg) e graças a isso não temos quase teorizadores.

Eduardo: ...enfim, um gênio, possa chamar outro de pretensioso.

Não sei se existem gênios. Acredito mais que a pedagogia moderna produz uma mediocrização deliberada (expressão do mesmo físico citado acima) e que alguns conseguem se safar dessa política acadêmica. Quanto a chamá-lo de pretensioso: Que nome daria a alguém que critica pesadamente (termo seu) o que não leu devidamente (parcialmente reconhecido por esta última mensagem)?

Eduardo: Seguindo seus conselhos, eu reli com cuidado algumas de suas teorias ou discussões diretamente na fonte ¾sua homepage. Foi lá que vi a explicação (hipótese) alternativa para o fato de o múon ter meia vida menor do que o tempo que ele demora para ser detectado após sua emissão. Lá estava escrito que o aumento da sua velocidade poderia implicar na mudança de suas características em virtude, talvez, do seu "spin clássico". Parece-me claro que tal hipótese seja absurda por vários aspectos, cito três:

· O referencial do laboratório não pode ser privilegiado em detrimento do que acompanha o múon, por que os múons "em repouso" (impossível quanticamente) não teriam esta característica?

Não me interprete mal, Eduardo, mas você está criticando uma idéia que pretende ser clássica utilizando uma impossibilidade aceita por uma física não clássica. Tudo bem que você não queira abandonar os paradigmas modernos, isso é aceitável e louvável. Mas uma idéia não pode ser falseada simplesmente por contrariar hipóteses de outra teoria com a qual não esteja compromissada. Essa idéia foi apresentada no sentido de mostrar que a física de Newton comporta uma explicação para um fenômeno que costuma ser admitido como explicável somente pela relatividade moderna. Encontre então um falseamento à idéia a apoiar-se na física de Newton, não na física moderna.

Eduardo:

· Como o spin poderia ser clássico mas quantizado em seu valor? (não na sua direção como você afirmou com o argumento da orientação do campo)

· Como esse giro eterno se conservaria em uma partícula que não está isolada?

Esse tema dá pano pra manga risos. Podemos discutir durante meses a fio. Concordo com a sua estranheza mas não com a ênfase dada. Quantização clássica não é coisa nada absurda. Apenas não será idêntica a uma "quantização quântica". Quanto ao último questionamento, deixarei outro no ar: Como as moléculas de um gás conservam um movimento eterno se não estão isoladas? Quanto ao mais, não esqueça dos princípios de conservação da física clássica. Sim, existe a irreversibilidade, mas aí não é só a física clássica que emperra. A quântica também.

Eduardo: Outro problema que notei na parte de relatividade foi o seu questionamento sobre a precessão de Mercúrio. Quando as primeiras medidas foram feitas, alguns modelos alternativos previam a precessão de planetas, basicamente se adicionava um campo à gravitação newtoniana ou se faziam correções tipo momento de quadrupolo do sol ou interações com corpos menores no meio do caminho (o que seria quase a mesma coisa matematicamente). O que matou todas essas hipóteses (inclusive a baseada na eletrodinâmica de Weber usada por André Assis que você citou em outra mensagem) foi o fato da precessão depender do momento angular da massa de teste, há uma espécie de "momento quadrupolar" no potencial efetivo que depende do momento angular dos planetas. Enquanto que, em todas as outras teorias, o momento quadrupolar seria dado pela deformação do sol ou na vizinhança das órbitas. Relembro que já é conhecida com uma precisão razoável a precessão de todos os planetas do sistema solar. Isso sem falar nos, desvios da luz, nos pulsares...

Não vou dizer que você está errado pois não conheço detalhes de todas essas teorias clássicas alternativas. Esse tópico do meu artigo meramente chama a atenção do leitor para um assunto que a meu ver está ainda em aberto. A física clássica ainda é citada como algo a postular a ação a distância. Os três princípios de Newton, a meu ver encarados como provisórios pelo autor, têm esse defeito implícito. Logo, qualquer correção relativística clássica a apoiar-se nas equações de Newton (mas não na filosofia de Newton) estará sujeita a repetir esses erros.

Eduardo: Saindo da relatividade e entrando um pouco na sua teoria sobre elétrons (ou prótons), eu quero dizer que você não pode fazer uma teoria eletromagnética em torno de partículas desta natureza. Você deve considerar sempre a carga que é um escalar de acoplamento em qualquer teoria eletromagnética. O eletromagnetismo clássico (ou qualquer outro) deve valer para qualquer coisa que tenha carga, ou seja, elétron, pósitron, próton, etc...

Não concordo. Se eu consigo, a partir de "meu" elétron chegar na lei de Coulomb (para uma população de elétrons), a minha teoria também vale para qualquer coisa que tenha carga. Apenas digo que o elétron, o pósitron, o próton, etc. "não têm carga" no sentido adotado para o termo carga. Mas isso não significa dizer que não sofrem efeitos de um campo elétrico ou magnético.

Eduardo: Outra crítica que faço é o seu questionamento do postulado de Bohr que fala sobre "órbitas permitidas". Este postulado já não tem sentido em física quântica há tempos uma vez que não existem órbitas de partículas quânticas mas regiões de probabilidade. Imagino que, neste caso, você argumente que isso é uma interpretação de um quântico, sempre é interpretação, mas a física quântica está muito testada, não há nada parecido que dê conta dos inúmeros resultados

Ou seja, você diz que o "postulado já não tem sentido" mas após repensar acha que eu posso considerar como tendo sentido. E aí cai no que os quânticos mais gostam: a teoria é boa porque funciona. Então assumam de vez que essa é talvez a única, ainda que importante, peça a convencê-los de sua aceitação. Os postulados de Bohr são tão fundamentais para a física quântica que estão todos eles embutidos nos novos postulados da física quântica, ainda que se dê uma interpretação fantasiosa para estes últimos. Mas como já disse, isso é problema que os físicos quânticos têm de explicar para eles mesmos, não para mim. Já comentei muito sobre isso na thread Teorias Realistas Atuais (abril a junho de 2000) aqui da Ciencialist. Não quero ressuscitar o que dei por encerrado, a menos que surjam fatos novos e relacionados às teorias que defendo.

Eduardo: Um exemplo: como sua teoria explicaria o nível de Fermi? E as bandas de valência de um material semicondutor? E o condensado de bósons de Einstein? Não conheço análogos clássicos para tais efeitos. (Claro que não podemos deixar de falar da clássica radiação de corpo negro).

Como posso explicar alguma coisa se você recusa-se terminantemente a considerar as minhas hipóteses, pelo fato delas não concordarem com suas idéias preconcebidas? Ora, minha teoria foi feita para explicar fenômenos naturais, e não elucubrações feitas por físicos que, para chegarem nas mesmas, apoiaram-se rigidamente em hipóteses outras!!! Se não consigo explicar nem a lei de Coulomb, pois você de antemão recusa-se a admitir que exista outra explicação que não aquela que lhe foi imposta na escola!!! Se o elétron é o que você pensa que é, não posso chegar a nada a não ser dizer que a única saída possível seria contentarmo-nos com a teoria da relatividade e com a física quântica.

Eduardo: Gostaria ainda que você colocasse claramente um paradoxo não resolvido pela relatividade, um problema eletromagnético que os cientistas desconhecem ou fingiram que não viram...

Em janeiro/98 coloquei no sci.physics.relativity dois paradoxos. No primeiro tentaram me enrolar e deram uma resposta digna de físicos quânticos (pelo aspecto fantasioso), ainda que fossem relativistas (vide Einstein Equivalence Principle is wrong?). No segundo me ignoraram, ou seja, "desconheceram ou fingiram que não viram". Está em Einstein-Faraday's Elevator. Aliás, aqui no Brasil fui ignorado durante anos, até mesmo no primeiro paradoxo.

[Em dezembro de 2000 o Paradoxo da Carga Acelerada foi discutido na Ciencialist ¾ Esta adenda não faz parte da mensagem original, tendo sido acrescentada em 25 de junho de 2001]

Eduardo: ...ou uma falha na mecânica quântica, tudo isso associado a experiências, mesmo que mentais.

Sugiro que leia a thread Teorias Realistas Atuais.

Eduardo: Obviamente, você tem que poder resolver tais problemas com uma de suas teorias já que ainda há vários tópicos abertos em física, e.g., existência de matéria escura, sonoluminescência, super condutividade em alta temperatura crítica, densidade (energia) do vácuo, hipótese de unificação dos campos, etc. Aliás, os teóricos mais ambiciosos trabalham na árdua tentativa de resolvê-los e não inventando uma física alternativa dos perseguidos pelo sistema.

risos

Eduardo: Ainda sobre a relatividade, a curvatura do espaço-tempo que você tanto questiona é usada pela incrível elegância e simplicidade que você obtém ao associar a teoria de campo gravitacional com a geometria riemanniana. Você pode obter todos os resultados já previstos pela relatividade através de uma complicada teoria de campo clássica com spin 2, há um livro de gravitação do Feynman onde ele mostra isso, isso sim é um exemplo onde você pode escolher por razões epistemológicas qual interpretação mais lhe agrada mas creio que, por praticidade matemática, qualquer um prefira a geometria. A diferença entre as duas estaria justamente nas ondas gravitacionais que ainda não foram medidas. Se a velocidade destas ondas for c, a geometria se encaixa perfeitamente senão devemos mudar para uma teoria de campo. A simplicidade, aliás, é um dos maiores atrativos nas relatividades de Einstein, na especial quase todos os resultados já haviam sido obtidos por Lorentz, Poincaré e cia. sempre considerando correções no éter ou coisas do gênero.

Quanto a esses últimos parágrafos, além do riso acima, relacionado à perseguição, só posso parabenizá-lo por demonstrar que conhece bastante o que defende. Apenas não entendi como uma teoria de campo clássica possa ter spin. Feynman aceita a idéia de spin clássico? Ou ele tem uma nova definição para o que seja clássico? Esclarecendo: Segundo French, uma teoria não clássica seria aquela que vai contra o senso comum (ex.: relatividade e quântica); segundo Hawkins uma teoria não clássica seria aquela que aceita o princípio da indeterminação (quântica sim e relatividade não). O que significaria para Feynman, sob esse aspecto, uma teoria de campo clássica com spin 2? O spin 2 seria equivalente a algo do tipo giro clássico? E, caso sim, o princípio da indeterminação não entra em jogo?

Eduardo: Bem, é isso que eu tinha para falar, àqueles que não estão mais interessados nessa briga, peço desculpas.

De minha parte, acho que podemos continuar dialogando sem briga. Enfim, você decide.

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Msg 6969
From: "Alberto Mesquita Filho"
Sent: Wednesday, November 22, 2000 1:41 AM
Subject: Re: [ciencialist] Apresentando a teoria

Alberto (21/11/00 Msg 6954):

Não me interprete mal, Eduardo, mas você está criticando uma idéia que pretende ser clássica utilizando uma impossibilidade aceita por uma física não clássica.

Eduardo (21/11/00):

Não estou criticando a idéia de múon baseado em um argumento de física moderna.

Estou me referindo às seguintes passagens de seu texto: 1) "...por que os múons "em repouso" (impossível quanticamente)..." 2) "Como o spin poderia ser clássico mas quantizado em seu valor?"

Talvez eu tenha entendido mal estas colocações no contexto de toda a mensagem. Enfim, se você admite que posso pelo menos pensar em tentar estudar o fenômeno classicamente, isto já um bom começo, e não vou insistir no não disse que você disse que eu não disse...etc. risos

Eduardo: Não há referencial privilegiado em física clássica no que concerne à fenômenos mecânicos segundo a relatividade de Galileu. E, mesmo que houvesse, essa experiência do múon é feita em várias circunstâncias diferentes (há uma outra com um relógio atômico) de modo que em cada uma das experiências estaríamos eu uma localização/referencial que teria uma relação diferente com o privilegiado (lembro que eu não aceito referenciais privilegiados mas isso não está em jogo).

Ou aceitamos um referencial privilegiado ou aceitamos uma luz privilegiada, a escolha é sua [tá parecendo o Você Decide da Globo risos]:

"Sua Majestade a Luz é, por ela mesma, uma lei, uma constante universal que sem cessar singra o espaço a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, velocidade à qual nenhuma força conhecida pelo homem pode fazer a mínima oposição." [H.G. Garbedian, Einstein, o Criador de Universos, Liv.José Olympio Ed., RJ, 1942, p.7].

Quanto ao relógio atômico diria que o Léo escreveu uma msg interessante sobre o tempo, em cima da qual acrescentei: "Diria que eles estão relativizando o tempo e transformando o relógio em algo absoluto." A observação vale também para relógios atômicos.

Eduardo: A velocidade das moléculas de um gás não se conserva se o sistema não está isolado, isto pode ser visto claramente pelo fato de que a temperatura (que essencialmente mede a velocidade destas moléculas) de um sistema muda quando em contato com outro a outra temperatura.

Pensando em termos de moléculas, uma molécula de um gás, mesmo o gás estando em equilíbrio, não está isolada mas trocando intensamente energia com as demais. Por outro lado, mesmo o gás não estando em equilíbrio nem isolado a energia molecular não desaparece. Com os elétrons acontece a mesma coisa! Não é necessário se refugiar na física quântica e tapar o Sol com a peneira! Além do mais, não apenas os gases mas também os elétrons que existem na natureza estão num campo e nenhuma lei da física clássica, ao ser aplicada a partículas, impede que de alguma maneira os elétrons possam extrair energia deste campo afim de equilibrarem-se com o mesmo.

Eduardo: Nem a física clássica (no caso a termodinâmica) nem a quântica emperram quando tratam da irreversibilidade, entropia é razoavelmente bem resolvida nos dois casos.

Pois então leia estes dois textos de Mário Schenberg:

"Ninguém conseguiu até hoje (1984) deduzir o crescimento da entropia a partir de equações puramente dinâmicas; a lei de crescimento da entropia não pode ser deduzida nem pela mecânica estatística clássica, nem pela mecânica quântica. Há aí alguma coisa de fundamental que ainda não compreendemos. Quando uma coisa começa a se complicar muito, é sinal que é preciso simplificá-la".

"Há uma coisa sobre a qual a mecânica quântica não lançou luz alguma: o segundo princípio da termodinâmica. Este continua tão misterioso quanto antes."

Eduardo: As teorias alternativas não se restringem apenas às equações de Newton modificadas, repito o exemplo da baseada na eletrodinâmica de Weber. Claro que sempre alguém pode inventar algo que dê certo, não sei, mas o efeito que falei do momento angular é estritamente relacionado à deformação do espaço (aparece nas equações da geodésica na métrica se Schwarzchild, qq livro de relatividade geral tem essa solução). As outras teorias tentam sempre escrever um lagrangeano onde a gravitação é inserida  como campo escalar, vetorial ou tensorial mas nunca num campo geométrico como o caso da rel. geral.

Por acaso corrigem a ação a distância não intermediada por nada? Existe em gravitação alguma teoria clássica que leve em conta as idéias de potenciais retardados, do tipo de Lienard e Wiechert (do eletromagnetismo)? Admitindo que exista, que velocidade usam para o suposto agente clássico a intermediar essa gravitação? Seria algo a apoiar-se em idéias relativistas clássicas ou modernas? Se clássica, pergunto: Como se determinou essa velocidade? Se moderna não precisa responder pois a teoria não é clássica e portanto não serve para a finalidade proposta no início deste tema.

Alberto (msg anterior): Não concordo. Se eu consigo, a partir de "meu" elétron chegar na lei de Coulomb (para uma população de elétrons), a minha teoria também vale para qualquer coisa que tenha carga.

Eduardo: Em relação a lei de Coulomb pode até ser mas e a onda eletromagnética?

E qual é o problema? Se o elétron gera e/ou responde a um campo elétrico e/ou magnético, porque não responderia a uma "onda eletromagnética"? O que é onda eletromagnética, afinal, senão algo dotado de campos mutantes de mesma natureza que os demais citados?

Eduardo: Acho que você não entendeu o que falei. Alguns dos postulados de Bohr (basicamente o que se refere a órbita) não são postulados da mecânica quântica atual. Tanto é verdade que você encontra o elétron em outras regiões que não nas permitidas por Bohr.

O elétron, não! Pela mecânica quântica você imagina conseguir descrever a probabilidade de sua existência neste local. E ao aceitar essa imagem de espírito acredita que o elétron possa saltitar de um local para outro sem passar por região intermediária alguma. Ou seja, excluiu-se as órbitas permitidas através do Decreto-Lei que revogou o Decreto-Lei que permitia que o elétron ocupasse apenas determinadas regiões privilegiadas. Mas na prática, podes crer: Nenhum físico quântico consegue promover a lavagem cerebral em seus alunos se, numa etapa de iniciação, não obrigá-los a engolir as órbitas permitidas pelo Decreto-Lei revogado.

Eduardo: Sem querer ofender, acho que talvez você não conheça muito de física quântica...

Agora você acertou. risos. Também sem querer ofender: Viu como é fácil dizer a verdade sem ofender? risos Desse jeito eu aceito numa boa.

Eduardo: ...e seja levado por um preconceito às suas idéias pouco ortodoxas.

Discordo.

Eduardo: De qualquer maneira, interpretações filosóficas da mecânica quântica são discutíveis (como todas as interpretações em filosofia da ciência), é verdade, mas a estrutura da teoria é matemática. Você pode fazer filosofia da ciência questionando interpretações mas não equações.

Sim mas já cansei de dizer que "para mim" não é suficiente uma teoria funcionar para ser verdadeira, ainda que seja condição necessária. Alguns acham que a esse respeito sou muito rigoroso; outros que sou preconceituoso. Uma teoria matemática, a meu ver, é tão somente uma teoria matemática que pode ou não funcionar. Se não funcionar, é falsa. Se funcionar, pode ser fisicamente verdadeira como modelo, mas continua sendo tão somente uma teoria matemática. E a mecânica quântica, a meu ver, sequer é um modelo físico mas puramente matemático. O Schrödinger que o diga. Já expus suas citações aqui inúmeras vezes e se o fizer novamente vão dizer que estou forçando a barra. Na realidade, estou, mas não precisam dizer isso risos.

Eduardo: Na própria mecânica quântica, podemos obter resultados idênticos partindo da visão de Heisenberg ou da visão de Schrödinger.

São duas matemáticas a se apoiarem em interpretações matemáticas idênticas de fenômenos ainda não bem elucidados fisicamente falando: natureza da luz, quanta de Planck, leis da difração, relações dualísticas de Einstein-De Broglie, etc.

Eduardo: A grande revolução da mecânica quântica que, que eu saiba, não se pode contestar, é o caráter indireto das medidas, ou seja, somos capazes de colapsar um sistema em uma característica mas nunca temos acesso às suas propriedades como um todo. Matematicamente falando, as outras teorias que se utilizam de vetores (acho que todas) geralmente estão preocupadas apenas com a estrutura vetorial das medidas, a física quântica diz que devemos sempre levar em conta a álgebra deste espaço de medidas, comutadores. Uma conseqüência clara disso é o princípio da incerteza. Se você pensar em mecânica newtoniana, podemos obter os mesmos resultados partindo-se da 2a lei de Newton ou do princípio da mínima ação.

A mecânica newtoniana não tem apenas a 2ª lei e se você chegou ao princípio da incerteza partindo de que hipótese for, certamente você não seguiu nem a física newtoniana (3 leis) nem a filosofia newtoniana (que apesar de deixar em aberto uma possível quarta lei, e/ou ligeiras modificações de uma ou mais das leis anteriores, não está aberta a especulações infundadas).

Alberto (msg anterior): Como posso explicar alguma coisa se você recusa-se terminantemente a considerar as minhas hipóteses pelo fato delas não concordarem com suas idéias preconcebidas? Ora, minha teoria foi feita para explicar fenômenos naturais, e não elucubrações feitas por físicos que, para chegarem nas mesmas, apoiaram-se rigidamente em hipóteses outras!!! Se não consigo explicar nem a lei de Coulomb, pois você de antemão recusa-se a admitir que exista outra explicação que não aquela que lhe foi imposta na escola!!! Se o elétron é o que você pensa que é, não posso chegar a nada a não ser dizer que a única saída possível seria contentarmo-nos com a teoria da relatividade e com a física quântica.

Eduardo: Aí não, Alberto. Eu pedi que você me explicasse fenômenos medidos, mais nada. Nível de Fermi, condensado de bósons e bandas de valência não são elucubrações teóricas. Não interessa o que eu acredito, alternativas à física quântica têm que explicar tais fatos observados.

Não só esses, mas milhares de outros. Mas utilizando que hipóteses? As que você quer aceitar, ou as da minha teoria? Pois você não me deixou nem começar a explanação explicando coisas simples! Falar é fácil. Acima você deu a entender que a física quântica explica o segundo princípio da termodinâmica. Pois então explique! Os físicos da Ciencialist ficarão eternamente agradecidos. De minha parte eu teria que seguir um roteiro lógico e não meramente ficar atendendo a caprichos de incrédulos. Além do que, e deixei claro em mensagem anterior, ainda não tenho explicações para tudo e nem seria possível. Se a cada semana, desde que me dispus a enfrentar a tarefa de desenvolver a teoria, conseguisse explicar um fenômeno físico diferente, ainda assim permaneceriam inúmeras questões a serem explicadas.

Eduardo: Se você quiser, esqueça que eu falei de teoria de campo com spin 2, pense apenas que é uma teoria de campo clássica com simetrias e características definidas.

Já esqueci. risos

Eduardo: Depois eu vejo aquelas teorias mas tenho que trabalhar um pouco nesta semana...

Não esquenta não. Dê tempo ao tempo. É o que tenho tentado fazer e graças a isso tenho conseguido evoluir na minha tarefa apesar de estar quase sozinho. E por estar sozinho, creio que já expliquei coisas até demais.

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